Gino di Domênico, vice-presidente de distribuição do Grupo Schincariol,desde 2007, é o escolhido pela japonesa Kirin para comandar a operação
Está batido o martelo: Gino di Domenico, executivo com passagem pela Unilever e desde 2007 no comando da distribuição dos produtos da Schincariol, é o novo presidente da companhia, vendida no ano passado para o grupo japonês Kirin por cerca de R$ 6 bilhões. Inicialmente, o nome de Domenico seria anunciado com pompa pelo próprio CEO global da Kirin, Senti Miyake. Como pompa e circunstância não combinam com a tradicional discrição nipônica, nem com o momento efervescente do mercado nacional de
cervejas — o Grupo Schincariol acaba de perder a vice-liderança do mercado para o Grupo Petrópolis — Miyake desistiu de vir ao Brasil e o anúncio será feito por comunicado mesmo.
Candidatos
Os executivos da Kirin começaram a busca por um presidente tão logo compraram, em outubro, a parte dos minoritários na empresa—os irmãos José Augusto, Daniela e Gilberto Schincariol Jr. Conforme antecipou o BRASIL ECONÔMICO, os novos donos da empresa descartaram trazer um nome japonês para o cargo, sob a justificativa de que a adaptação de um estrangeiro à companhia, mais tempo do que estavam dispostos a perder.
Feita a ressalva, partiu-se para a chamada “solução caseira” e os nomes de Américo Garbuio Jr., ao lado do de Domenico, passaram a ser considerados. Américo Garbuio é vice-presidente de recursos humanos da Schin. Está na empresa há mais de uma década e tem o perfil conciliador.
É um dos homens de confiança de Adriano Schincariol, atual presidente da empresa, e que se comprometeu com os compradores a ficar no cargo até que eles encontrassem seu substituto. Garbuio teria perdido a guerra por ser considerado um homem de retaguarda e não de infantaria.
A Schincariol ganha um novo presidente às vésperas do Carnaval, data que concentra quase metade das vendas da indústria cervejeira no ano. Domenico não é umnome do grupo que está na empresa desde quando Nelson Schincariol, morto em 2003, comandava a empresa. Foi parar na Schincariol na gestão de Fernando Terni, em 2007. “Durante o processo de venda, não houve qualquer falha na distribuição. E isso é um grande mérito de Domenico”, diz uma fonte próxima à empresa. Agora, mais do que garantir que não falte Schincariol nos supermercados nem nos bares Brasil a fora, Domenico terá de conquistar um lugar ao sol para a Schincariol no disputado mercado cervejeiro brasileiro onde impera a Ambev, dona das marcas Brahma e Skol, tem mais de 70% de mercado.
Veículo: Brasil Econômico