Interesse do público por rótulos diferenciados vem crescendo e tende a impulsionar vendas em pontos tradicionais, inclusive em padarias
A inserção do consumidor no mundo das cervejas premium e artesanais está entre as prioridades de Ismael Caetano, sócio da Melograno. Para ele, há potencial de expansão na venda deste tipo de bebida. “É um mercado que cresce dia a dia, com festivais, novos bares e até padarias que possuem prateleiras com mais rótulos. Esse movimento faz com que um público maior conheça e procure por marcas diferentes”, explica.
Caetano entende também que a formação de um público consumidor passa pelo processo de tentativa e erro. “A visibilidade é importante para essas cervejas, porque a curiosidade leva à experimentação e a partir daí, na segunda tentativa, com mais informação, a compra passa a se tornar mais frequente”, afirma.
A harmonização de pratos com as cervejas especiais é outro aspecto que deve ser levado em consideração no consumo. “Fomos um dos pioneiros nesse aspecto de harmonização, buscando a composição da culinária com a bebida. A cerveja tem flexibilidade maior do que o vinho e acho interessante levar esse conceito aos consumidores, para que entendam que é um tabu afirmar que a cerveja não combina com alimento”, observa Caetano.
O mercado editorial voltado ao assunto também encontra impulso com a publicação de novos títulos. É o caso do recém-lançado 1001 Cervejas para Beber Antes de Morrer, da editora Sextante.
O livro traz informações sobre o aroma e o paladar de cada cerveja, explicações sobre o processo de produção, a temperatura ideal em que deve ser servida e notas de degustação que podem ajudar o leitor a escolher o estilo mais adequado para cada ocasião.
Além disso, é possível encontrar em livrarias títulos que ensinam a fazer a bebida de maneira artesanal.
A cidade de Blumenau (SC), onde acontece anualmente a Oktoberfest, também realizará em 2012 o Festival Brasileiro da Cerveja, com mais de 80 estandes entre cervejeiros artesanais e caseiros.
Entre 2005 e 2010, a venda mundial de cervejas tem mantido uma taxa média de crescimento anual de 3,3%. Em 2010, os mercados emergentes cresceram na média 5,7% — com destaque para a China, África e América do Sul — enquanto nos mercados desenvolvidos houve recuo 1,7%, de acordo com dados da cervejaria SAB Miller.
Dentre os mercados emergentes,a China registrou crescimento de 6% em volume e, apesar da preço diferenciado, houve aumento nos volumes de cerveja premium. Na África, a expansão foi de 8% e na América Latina chegou a 3% em 2010.
Veículo: Brasil Econômico