Mudanças no mix de produtos e o bom momento vivido pela economia do Paraná contribuíram para que a Spaipa, engarrafadora e distribuidora de produtos Coca-Cola, registrasse crescimento de 5,7% em volume e de 14% na receita em 2011, na comparação com o ano anterior.
O desempenho da empresa, que faturou R$ 2,5 bilhões, acompanhou o resultado global de vendas (aumento de 5%) e foi melhor que o obtido no sistema Coca-Cola no Brasil (1%). Para 2012, a intenção da direção da Spaipa é investir R$ 75 milhões em equipamentos, frota e armazéns, vender 5% mais e ampliar a receita em pelo menos 10%.
A Spaipa atende o Paraná e o interior de São Paulo. No Paraná, ela vendeu 6,4% mais em volume e, no interior do Estado vizinho, 4,4%. Neuri Pereira, superintendente de marketing e vendas, classifica 2011 como um ano positivo, mas o fôlego de 2010, quando o crescimento foi de 10,6%, ficou para trás. Ela explica que o aumento da receita foi maior que o de volume porque houve elevação de impostos federais em abril, o que resultou em repasse nos preços dos produtos, e porque foram feitos lançamentos de itens mais caros.
Nas categorias de não-carbonatados, como sucos, néctares, isotônicos, energéticos e outros, o aumento nas vendas foi de 31%. O segmento responde por 10% do volume e a meta é dobrar a participação até 2020. Nos refrigerantes, responsáveis por 78% do volume, as vendas cresceram 4% e, nas cervejas, 12%. Neuri conta que, há um ano, havia a intenção de crescer 7%, se o Produto Interno Bruto (PIB) chegasse a 5%. Como o desempenho econômico do país foi menor, as metas tiveram de ser revistas.
Em 2011, os investimentos da Spaipa somaram R$ 211 milhões, um recorde. A franqueada ampliou em 122% a capacidade de sua unidade de Maringá, Norte do Paraná, e a capacidade total da empresa subiu 30%. A ampliação da fábrica de Curitiba, que chegou a ser estudada, foi adiada. "Não há necessidade de ampliação antes da Copa", diz a diretora. Agora, a expectativa está na chegada de mais produtos, como sucos e chás.
Para atingir os objetivos de 2012, para o qual prevê um primeiro semestre mais fraco, Neuri conta que a empresa vai ter de melhorar processos e reduzir custos. Segundo ela, com o aquecimento do mercado de mão de obra, a concorrência das fábricas com a construção civil, ampliações da estrutura e redução da jornada, a folha de pagamentos cresceu.
No ano passado, a Spaipa tinha 3,1 mil empregados e, atualmente, conta com 4,6 mil. Segundo ela, outros itens que pressionam os preços são as embalagens e o açúcar, e nem sempre é possível fazer o repasse para o consumidor, para não comprometer as metas de volume. Criada em 1995, a Spaipa tem fábricas em Curitiba e Maringá, no Paraná, e Marília e Bauru, em São Paulo.
Veículo: Valor Econômico