Importação de cerveja dobra com bebidas 'premium'

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Heineken lidera e, para atender a demanda, estuda nova fábrica no país


Holandesas, alemãs, argentinas, uruguaias, belgas... Com a ajuda do câmbio, o Brasil duplicou as importações de cervejas em 2011.

Entraram no país 44,4 milhões de litros, aumento de 101% em relação a 2010. Em receita, a expansão foi de 118%, para US$ 40,6 milhões (cerca de R$ 70 milhões).

Os dados, do Ministério do Desenvolvimento, consideram o segmento de cervejas especiais ("superpremium") e premium importadas pelas indústrias -diferenciadas, mas ainda voltadas ao consumo de massa.

A Holanda, terra natal da Heineken, é responsável por 47% do volume. Apesar de produzir a marca em Jacareí (SP), o aumento da demanda fez a companhia importar.

"Para aproveitar oportunidades de mercado, importamos em algumas ocasiões", diz Bernardo Spielmann, gerente de marcas premium da Heineken no Brasil.

Além das "emergências", a Heineken importa, regularmente, embalagens diferenciadas, como o barril de 5 litros. Em Jacareí, produz long neck, lata e garrafa de 600 ml.

Para suprir a demanda com produção local, a empresa estuda produzir Heineken em outras fábricas -no total, são oito no país, das quais saem outras marcas- ou construir uma nova unidade.

"Vamos buscar local para uma nova fábrica", diz Isidro Neto, diretor de logística da unidade de Jacareí.

Em 2011, o volume de vendas da Heineken no Brasil cresceu 87%. A participação de mercado, porém, avançou pouco, de 8,5% em janeiro para 8,7% em dezembro.

A expansão da empresa demora a refletir nos dados gerais porque o segmento premium ainda representa pouco do total, em torno de 5%. O superpremium é 1%.

Em outros mercados, como EUA e Europa, as cervejas premium representam de 15% a 20% do total, enquanto as especiais ficam com 4%.

SUPERPREMIUM

Apesar de a maior parte das cervejas importadas ser comercial -como a Heineken e a Norteña, da Ambev-, o segmento superpremium é o que mais cresce no país.

Em 2011, as vendas subiram 20%, ante 3% do mercado em geral, segundo o consultor Adalberto Viviani. "Com a classe C consumindo as marcas líderes, as classes A e B buscam diferenciação."

Segundo estimativas conservadoras, o mercado premium deve duplicar em dez anos. Viviani arrisca dizer que, em cinco, o Brasil terá perfil de mercado maduro.

O país dá mostras de que está a caminho. É hoje o décimo importador da alemã Erdinger e o nono comprador da holandesa La Trappe, segundo Marcelo Stein, diretor da importadora Bier & Wein.

Para Stein, a busca por cervejas especiais no autosserviço, como mercados e empórios, prova que o brasileiro abraçou a cultura cervejeira.

Segundo ele, há dez anos o autosserviço representava 10% das vendas da Bier & Wein. Hoje, a fatia é de 45%.

"Montamos uma estratégia para esse mercado a partir da demanda de clientes, que procuravam cervejas provadas em viagens", diz Robson Grespan, responsável por importações do Pão de Açúcar.

Em um ano, o grupo duplicou o número de rótulos especiais nas gôndolas, hoje em 120. O crescimento das vendas, já em 2012, é de 90%.


Veículo: Folha de S.Paulo


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