A Ambev inaugurou em Petrópolis, no Estado do Rio, o que chama de um "centro de experiência cervejeira". As instalações, onde funciona a fábrica que concentra toda a produção de cervejas especiais da marca Bohemia, representa uma espécie de degustação dentro da estratégia da empresa para 2012.
Na inauguração, ocorrida na sexta-feira, o presidente da Ambev, João Castro Neves, detalhou os planos de investimento da companhia para o ano. A Ambev planeja investir R$ 2,6 bilhões no Brasil. Pelo menos 80% desse valor será destinado ao aumento da produção.
Um dos focos principais é o aumento da presença das marcas nas regiões Norte e Nordeste. De acordo com Castro Neves, 35% dos R$ 2,6 bilhões serão investidos nas duas regiões. "A gente não tinha a presença ideal na região e partiu para preencher lacunas, então hoje temos esse investimento desproporcional no Norte e Nordeste", disse o executivo.
Para a Ambev, o foco se justifica pelo crescimento de renda per capita e a ascensão das classes C e D. Nas regiões, a estratégia é reforçar as marcas Skol e Antarctica, duas das mais consagradas da companhia, associando-as também a grandes eventos.
O outro objetivo é reforçar a atuação no segmento de cervejas especiais. No segmento, a AmBev já produz em grande escala quatro variantes de Bohemia, a Antarctica Original, além das marcas estrangeiras Budweiser e Stella Artois. A multinacional também importa cinco marcas: Leffe, Hoegaarden, Norteña, Patrícia e Quilmes. "Cervejas especiais, líquidos novos e embalagens novas, essas são três frentes superimportantes", afirmou Castro Neves.
Atualmente, o segmento premium não chega a 4% do mercado brasileiro de cervejas. A expectativa de Castro Neves é que o segmento alcance 8% do mercado entre três e cinco anos.
A busca por novos mercados e produtos de maior valor agregado pode ajudar a Ambev a superar um ano não muito promissor. Na avaliação do presidente da companhia, o mercado brasileiro de cervejas está ruim este ano como foi em 2011. Para ele, o crescimento do mercado vai ficar entre 1% e 3%. No país, o restante dos investimentos programados para o ano serão distribuídos entre as áreas comercial e de tecnologia.
Fora do Brasil, a grande expectativa da Ambev é o aumento da presença na América Central e no Caribe e a entrada nos Estados Unidos. O objetivo deve ser viabilizado através da cervejaria da República Dominicana CND, cujo controle foi comprado pela AmBev no mês passado, em um negócio de R$ 2 bilhões.
"A gente quer apostar firmemente nesse negócio [a CND] não só pela América Central e pelo Caribe, mas pela exportação para os Estados Unidos", afirmou o executivo. A CND produz a cerveja Presidente, que a companhia planeja exportar para o mercado americano.
Com a aquisição da cervejaria dominicana, a AmBev ingressou em mais três mercados: o das ilhas Dominica, Antígua e São Vicente. "E a gente acha que é só o começo. Nosso objetivo é crescer o nosso negócio como um todo na região", afirmou Castro Neves, sem revelar qual a participação de mercado a companhia pretende conquistar nos países da região. "A Ambev nasceu para ser uma multinacional brasileira, mas estava em pouquíssimos países. Hoje estamos em 14 países das Américas", disse Castro Neves.
Veículo: Valor Econômico