Produtores de Minas buscam a Indicação Geográfica

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Meta é agregar valor à produção artesanal.

Os produtores de cachaça artesanal de Minas Gerais estão investindo no sistema de produção para obter o registro de Indicação Geográfica (IG). O objetivo é diferenciar a bebida no mercado através da garantia de sabor e qualidade exclusiva de cada região e, com isso, agregar valor ao produto. No Estado, produtores da região de Salinas, no Norte, e Ouro Preto, na região Central, já iniciaram o processo de certificação. A expectativa é que até meados de 2013, as duas marcas recebam o registro de origem.

Segundo o presidente da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Alambique (Ampaq), Alexandre Wagner da Silva, um dos principais gargalos que freiam o processo de obtenção do IG é a falta de financiamento exclusivo para o segmento, principalmente para produtores de pequeno e médio portes.

"Estamos negociando junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) a criação de uma linha exclusiva de financiamento para a produção de cachaça de alambique, o que será fundamental para que outras regiões produtoras do Estado invistam na melhoria dos processos e busquem o IG", disse Silva.

Ainda segundo o presidente da Ampaq, o registro de Indicação Geográfica é conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O certificado reconhece a reputação, o valor e a identidade própria da origem do produto, além de distingui-lo em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São itens que apresentam uma qualidade única em função de características naturais como solo, vegetação e clima.

"Para obter o registro é necessário que os produtores da região invistam nos processo de fabricação da cachaça, que vão desde os cuidados com o solo até a finalização do produto. A padronização dos processos exige investimentos significativos, por isso precisamos de uma linha de crédito exclusiva", disse.


Recursos - Além do BDMG, os representantes da Ampaq também estão negociando junto ao Mapa a disponibilização de recursos voltados para a adaptação dos processos de obtenção do IG. No país, o Mapa já apoiou financeiramente 22 propostas para atender aos requisitos exigidos pelo Inpi, a partir de convênios e termos de cooperação.

Ao todo são 50 produtores envolvidos no processo de registro de IG da Cachaça Salinas. Segundo Silva, o projeto já está em fase avançada e a aprovação deverá sair até dezembro deste ano.

No caso da cachaça de Ouro Preto, o processo está em fase inicial e 15 produtores estão investindo na padronização do sistema. A expectativa é que até meados de 2013 o produto também tenha recebido o registro de Identificação Geográfica.

"Com a obtenção do registro de IG esperamos agregar ao produto um valor entre 15% e 20% superior aos atuais. Isto trará bons resultados para todos os envolvidos que além do reconhecimento da marca, também irão impulsionar a receita e abrir novas oportunidades de mercado", disse.

Em relação ao mercado da cachaça artesanal as expectativas são positivas. Para este ano é esperado crescimento de 10% na produção estadual, que hoje gira em torno de 240 milhões de litros e representa 60% do volume produzido no país.

De acordo com Silva, o impulso é atribuído à maior participação em eventos nacionais e internacionais e os investimentos em divulgação da cachaça artesanal.

Aliado a esses fatores, o reconhecimento pelos Estados Unidos, de que a cachaça é um produto típico e exclusivo do Brasil, irá contribuir para a abertura do mercado internacional e estimular o aumento das exportações, que hoje ficam inferiores a 1% da produção estadual.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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