A Kirin Holdings Investments Brasil, controladora da Schincariol, andou sondando o Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava. Seu controlador, Walter Faria, nega que a empresa esteja à venda, mas isso não tem impedido que companhias do setor, com presença ou não no Brasil, façam suas aproximações. Uma delas é a Kirin.
A japonesa, que pagou quase R$ 6,5 bilhões pela Schincariol no ano passado, chegou a conversar com Faria, segundo uma pessoa que esteve no encontro. "A Kirin queria conhecer melhor a empresa. Não chegaram ao ponto de discutir valores", afirma a fonte.
Faria, segundo pessoas próximas, só aceitaria vender a cervejaria se o comprador estiver disposto a pagar mais do que a soma entregue pelos japoneses aos ex-donos da Schincariol.
O problema é que a Kirin está bem endividada. Desde que iniciou seu processo de internacionalização, em 2007, já investiu mais de US$ 12,9 bilhões em aquisições. Deve hoje, conforme seu ultimo relatório, US$ 13,931 bilhões, o que leva a 94% a relação dívida líquida sobre patrimônio - seis vezes mais alta que em 2006.
O grande atrativo da Petrópolis são seus 10% de participação no mercado nacional. A empresa, de 3,6 mil funcionários, tem quatro fábricas (Petrópolis e Teresópolis, no Rio de Janeiro, Boituva, em São Paulo, e Rondonópolis, no Mato Grosso). Oficialmente, as duas empresas negam que tenham mantido algum tipo de conversa.
Veículo: O Estado de S.Paulo