Dona da Smirnoff compra cachaça Ypióca

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Gigante britânica Diageo paga R$ 900 mi por empresa cearense, fundada em 1846 e a terceira em vendas no Brasil

Nordeste passa a ser a região de maiores vendas do grupo, que também é dono do uísque Johhnie Walker

De olho em fortalecer sua operação no Brasil para reduzir a exposição aos debilitados mercados maduros, a britânica Diageo comprou sua segunda marca de cachaça.

O grupo dono da vodca Smirnoff e do uísque Johnnie Walker pagou R$ 900 milhões pela cearense Ypióca, a terceira em volume no país e fundada em 1846. A Diageo já vende a artesanal Nega Fulô.

O negócio fortalece a operação do grupo no Nordeste -região responsável por 80% das vendas da Ypióca- e amplia a rede de distribuição.

A cachaça cearense chega hoje a cerca de 250 mil pontos de venda, ante os 160 mil das outras marcas da Diageo.

A ideia é otimizar as duas direções: a cachaça para o resto do país, e vodca, uísque e os outros para o Nordeste.

"Vemos grande oportunidade de complementariedade", diz o presidente do grupo no país, Otto von Sothen.

A compra inclui duas fábricas no Nordeste e um centro de distribuição em Guarulhos. A família Telles, antiga proprietária, mantém outras quatro unidades que também produzirão para a Ypióca.

Para o presidente do Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça), Vicente Bastos, o preço da aquisição se justifica pelas altas margens alcançadas pela companhia.

"O fator de risco é que o grupo não pode pensar no mercado de cachaça como o de uísque e o de vodca", diz o consultor Adalberto Viviani.

A operação brasileira cresceu 23% em volume no ano encerrado em junho de 2011. No mundo, a alta foi de 3%. Os emergentes representam 40% do negócio, e a meta é alcançar 50% até 2015.

O Brasil é o maior mercado para o Johnnie Walker e o terceiro para a vodca Smirnoff.

O Nordeste, que representa 30% das vendas no país, passa a ser a região líder. Os pernambucanos já são os campeões mundiais em consumo per capita do uísque.




Veículo: Folha de S. Paulo


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