Modelo confirma negociações com sua sócia InBev

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Mexicana deve vender o restante das ações para a maior cervejaria do mundo, que no Brasil opera por meio da Ambev


A cervejaria mexicana Modelo confirmou que está negociando a venda de suas operações para a Anheuser-Busch InBev. Os boatos sobre as conversas entre as duas companhias surgiram durante o último final de semana. No entanto, a Modelo informou que ainda é “prematuro” especular sobre qualquer resultado das tratativas. A InBev já possui 50,4% da empresa mexicana e, segundo executivos próximos às negociações, quer comprar o restante das ações.

No Brasil, a AB InBev opera por meio da Ambev, que possui participação de 70% na receita líquida do segmento de cerveja. Um acordo com a Modelo dará à maior cervejaria do mundo mais força no mercado mexicano, que cresce cerca de 3% ao ano. Além disso, deve gerar pelo menos US$ 250 milhões em sinergias. “Acreditamos em um preço de aquisição que seria perto de US$ 15 bilhões, implicando em um prêmio de 30% pelo controle em linha com a média histórica”, disseram analistas do Citi. No Brasil, o mercado já passou pelo seu momento de consolidação. No entanto, as empresas ainda possuem grandes possibilidades de crescimento. Isto porque o consumo da bebida ainda é considerado baixo quando comparado a outros países. A estratégia das empresas tem sido crescer por meio da criação de novas cervejas, com processos de fabricação diferenciados, que permitem uma margem de lucro mais interessante.

 No primeiro trimestre de 2012, a receita líquida com cerveja da Ambev cresceu 6,1%, chegando a R$ 4,1 bilhões. No entanto, o volume não acompanhou o desempenho do período, que foi cerca de 4%. “A receita das empresas continua crescendo graças a inclusão de produtos de maior valor agregado mix”, diz Renato Prato, analista da Fator corretora. No ano passado, a receita líquida do segmento de cerveja foi de R$ 20 bilhões. Para este ano, a expectativa da Fator Corretora é de alta de 12%.

Mais cara

No mercado brasileiro a Ambev concorre com Heineken, Schincariol e Petrópolis. Cada uma destas companhias detém cerca de 10% de participação na área de cervejas.

Mas a partir de outubro estas empresas estarão sujeitas a um grande desafio. Isto porque o governo aumentará as alíquotas de impostos de renda para cerveja, refrigerante e água. Por serem bem menores do que a Ambev, estas três empresas devem ser mais impactadas pela medida, principalmente se a líder resolver não repassar os aumentos.


Veículo: Brasil Econômico

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