Bioleve lança água com colágeno e energético popular

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O mercado de água mineral gira em torno de R$ 2 bilhões ao ano no Brasil. Mas não foi isso o que influenciou o ex-vice presidente do Credibanco, Flávio Aragão, quando ele decidiu comprar, no fim dos anos 80, uma área de 120 hectares em Lindóia, a 156 quilômetros da capital paulista. "Queria preparar a minha aposentadoria", diz o engenheiro industrial, hoje com 66 anos.

No local onde construiu uma casa de veraneio de 1,2 mil metros 2 para a família, ele pretendia fazer um lago, mas descobriu uma fonte de água mineral. O que serviria apenas como opção de lazer se transformou na Bioleve, fabricante de bebidas que responde pela metade do faturamento anual de R$ 120 milhões do Grupo Flasa, comandado por Aragão. Agora, a ordem é rejuvenescer: a empresa prepara o lançamento de uma água com propriedades funcionais, que promete melhorar a textura da pele.

Na pesquisa e desenvolvimento da água com colágeno, fibras e vitaminas a Bioleve está investindo R$ 1 milhão. A novidade deve chegar ao varejo dentro de três meses e, segundo Aragão, não tem similares no país. "Na Europa, a água com propriedades funcionais é uma tendência", diz o empresário, que pretende voltar a comunicação do produto à terceira idade. O colágeno é uma proteína responsável pela elasticidade da pele e cuja produção começa a diminuir com o tempo. A Bioleve já fabrica a Bio Flavor, uma água com sabor e enriquecida com fibras e vitaminas E, B3, B6 e B12. "Vamos relançar a Bio Flavor com colágeno", diz ele.

A Bioleve é a quarta colocada no ranking nacional de volume envasado de água mineral, um mercado extremamente pulverizado, marcado por empresas regionais, mas que vem chamando a atenção de multinacionais como a Nestlé e a Coca-Cola Femsa. A Bioleve está atrás do Grupo Edson Queiroz (dono das marcas Indaiá e Minalba), da Schincariol e da Ouro Fino. "Nosso crescimento tem sido de 15% a 20% ao ano nos últimos anos mas, este ano, vamos crescer 10%, para R$ 60 milhões", afirma Aragão. "Há um excesso de oferta de água e os preços ficam reprimidos, o que nos faz investir em produtos de maior valor agregado, como a água com colágeno", diz ele.

A empresa tem diversificado o portfólio nos últimos anos, com o lançamento de chás, isotônicos, refrigerantes e sucos. Há três meses, lançou o energético Bio Energy. "O produto está tendo uma ótima aceitação, em especial nas classes C e D", diz Aragão. O Bio Energy é cerca de 30% mais barato que o Red Bull, líder da categoria. No energético e na mudança de embalagem de algumas linhas, como a Prime, de águas, a Bioleve está investindo outros R$ 2 milhões este ano.

A empresa, que já fornece água mineral "personalizada" para as redes Burger King, Frango Assado, Habib's, Ragazzo, além da seguradora Porto Seguro e da Azul Linhas Aéreas (a marca de terceiros aparece ao lado do nome Bioleve) negocia agora a produção terceirizada de sucos para uma grande multinacional, que ainda não atua nessa categoria no Brasil diz Aragão, sem dar mais detalhes.

Além da Bioleve, fazem parte do Grupo Flasa a Flasa Engenharia e Construção (que atende, entre outros clientes, a Prefeitura de São Paulo com a construção de conjuntos habitacionais), e a fabricante de confeitos Mix. Em 2007, a Bioleve criou em Lindóia uma linha de produção de embalagens, que consome 26 toneladas de composto de PET por semana. "Tínhamos um alto custo de frete", afirma Aragão.

A distribuição está concentrada no Sudeste, mas os seus produtos também chegam ao Paraná, Santa Catarina, Goiás e Brasília. Ao todo, são cerca de 500 distribuidores, que também se encarregam da venda do portfólio da Mix.

A fabricante de itens de confeitaria é líder em produtos como pasta americana e corantes. A empresa, que tem como sócio outro engenheiro, Fernando Giannini, começou agora a exportar para os Estados Unidos, principal mercado mundial de confeitos. "Nosso próximo destino é o Canadá", diz Giannini.


Veículo: Valor Econômico


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