A Femsa, a maior engarrafadora da Coca-Cola na América Latina, tem planos ambiciosos: quer dobrar de tamanho entre 2009 e 2020, totalizando 200 bilhões de pesos mexicanos em vendas. Para isso, o grupo mexicano que responde por uma em cada dez garrafas de Coca-Cola vendidas no mundo não poupa investimentos, que só na América do Sul devem chegar a US$ 5,7 bilhões.
O maior aporte está sendo feito em uma nova fábrica, localizada em Itabirito, em Minas Geras, que consumirá R$ 250 milhões.
Além disso, também está sendo construído um grande centro de distribuição em Sumaré, no interior de São Paulo, orçado em R$ 82 milhões e que vai melhorar toda a logística da empresa já a partir de 2013.
Em Jundiaí, a empresa mantém ainda uma grande unidade, que é considerada a maior fábrica do mundo em volume de produção, e conta com outras três unidades nas cidades de Belo Horizonte (MG), Campo Grande e Mogi das Cruzes, bem como com 28 centros de distribuição. Ao todo a empresa movimenta 1,157 bilhão de caixas com garrafas de bebida em toda a América do Sul.
"Na região, o Brasil é de grande importância porque temos lá 50 milhões de consumidores e nosso plano é reforçar a rentabilidade, especialmente oferecendo produtos mais adequados às famílias, como a Coca-Cola de 2 litros retornável", explica o diretor de Relações com Investidores, José Castro. Além disso, a empresa deve aplicar recursos em categorias de não-carbonatados.
Em 2011, a Femsa registrou um faturamento de US$ 14,554 bilhões e atualmente gera emprego direto para mais de 170 mil pessoas. Fundada em Monterrey, México, em 1890, a companhia opera através de duas unidades de negócios: Coca-Cola Femsa e Femsa Comércio, assim como uma área de serviços compartilhados denominada Insumos Estratégicos, Processos de Negócios e Tecnologia de Informação, especialmente desenhada para impulsionar as unidades.
A companhia opera hoje em nove países da América Latina (México, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Brasil e Argentina) e exporta seus produtos a países da América, da Europa e da Ásia, com as marcas Coca-Cola, Sprite, Del Valle, Ciel, e Andatti, entre outras.
"Tendo em vista que o Brasil será sede da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016, temos de estar preparados para o crescimento da demanda por nossos produtos. Por isso, estudamos o redesenho do nosso mapa logístico", diz o vice-presidente de Assuntos Corporativos e Jurídicos da Coca-Cola Femsa Brasil, Eduardo Lacerda.
Ele acrescenta que a nova fábrica em Itabirito permitirá, até 2015, operar com todo o potencial, superando em 47% o atual volume de produção da unidade de Belo Horizonte.
Nos últimos seis anos, a Coca-Cola Femsa Brasil realizou investimentos na fábrica de Jundiaí que totalizaram R$ 350 milhões. Destes, a inauguração de uma nova linha de embalagens de PET, com capacidade para produtir 72 mil garrafas por hora na maior linha de produção de garrafas de PET do mundo, com capacidade para 27 mil garrafas por hora.
"Juntos com a Coca-Cola, estamos alinhados na América Latina para elevar a distribuição, que hoje já representa um terço da distribuição da empresa", diz Castro.
Toda a concentração em refrigerantes e bebidas não-carbonatadas deve-se à venda do negócio cerveja à holandesa Heineken, a terceira maior cervejaria do mundo, num negócio avaliado em US$ 7 bilhões com o qual se tornou uma das principais acionistas da nova empresa.
Entre os planos da Femsa para conquistar os consumidores, está a meta de duplicar o número de máquinas automáticas de venda (vending machines) de produtos Coca-Cola, passando de 650 máquinas existentes em 2011 para 1,3 mil.
Veículo: DCI