Governo espera acordo sobre vinho importado

Leia em 1min 30s

O processo em que os produtores nacionais de vinho pedem salvaguardas (barreiras) contra a importação da bebida está suspenso à espera de um acordo que vem sendo negociado no setor, informou ao Valor o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. "É uma negociação do setor privado, estamos olhando de longe", comentou.

Segundo apurou o Valor com o setor privado, os produtores nacionais tentam fixar, com importadores, especialmente as grandes cadeias de varejo, preços mínimos para a compra de vinho estrangeiro. O modelo é o acordo feito com os vinicultores argentinos, que aceitaram limitar informalmente o preço dos importados, a, no mínimo, US$ 8 por caixa de 12 garrafas. Com a valorização do real, os produtores tentam elevar o piso mínimo para US$ 24 por caixa de 12 garrafas.

"É muito interessante o que importadores, produtores e revendas estão fazendo", disse o ministro do Desenvolvimento. "Estão se acertando para achar caminho que, em princípio, consiga equacionar problema do vinho nacional sem prejuízo à atividade importação."

A negociação tem sido difícil, e os produtores nacionais admitem abrir mão do processo de salvaguardas, preocupados com a má repercussão da medida entre consumidores e grandes compradores como restaurantes, que ameaçaram boicote ao vinho nacional. Segundo antecipou o Valor, em agosto, o parecer preliminar dos especialistas do Ministério do Desenvolvimento desaconselha a medida, que poderia ser contestada na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A adoção de um acordo de cavalheiros, sem cotas, mas com preços mínimos, reduziria o risco de prejuízos ao setor, no Brasil, sem impedir que os importados aproveitassem também o crescimento do mercado consumidor, argumentam os produtores. O processo com o pedido de salvaguardas contra o vinho importado foi aberto em março e, se seguisse o ritmo tradicional nesses casos, teria sido concluído em agosto. A Organização Mundial do Comércio não estabelece um prazo para esse tipo de medida de defesa comercial, porém.


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Águas levam Danone e Edson Queiroz ao Conar

Duas indústrias de águas minerais, a Danone, dona da Bonafont, e o Grupo Edson Queiroz, dono da Minalba e ...

Veja mais
Danone e Minalba discutem os 'poderes' de água 'terapêutica'

Uma discussão sobre as propriedades terapêuticas da água levou ao Conar (Conselho Nacional de Autorr...

Veja mais
Amazon Beer chega aos cariocas

A cervejaria Amazon Beer apresenta ao Rio de Janeiro produtos exclusivos com frutos originários da região ...

Veja mais
Inflação da cerveja é 17 vezes maior que a oficial

Enquanto custo de vida oficial subiu 0,62% em BH entre junho e setembro, preço de tira-gostos avançou mais...

Veja mais
PepsiCo investe mais e lucro cai 5%

O lucro líquido da PepsiCo caiu 5% no terceiro trimestre, à medida que a fabricante de bebidas e salgadinh...

Veja mais
América Latina turbina resultados da Diageo

Em balanço preliminar, maior fabricante de destilados do mundo aponta aquisição da Ypióca co...

Veja mais
No Brasil, Coca-Cola aumenta vendas em 6%

Os brasileiros consumiram mais produtos do grupo Coca-Cola durante o terceiro trimestre do ano. Nesse período, o ...

Veja mais
Atrasada, Minalba decide enfrentar a Danone em São Paulo

Marca de água mineral do grupo cearense Edson Queiroz adota estratégia da concorrente francesa para recupe...

Veja mais
Ambev prevê investimento de R$ 804 milhões no Nordeste

A fabricante de bebidas Ambev tem investimentos previstos somente para a região Nordeste de R$ 804 milhões...

Veja mais