A Anheuser-Busch InBev deve fazer de tudo para salvar sua proposta de US$ 20 bilhões para adquirir o Grupo Modelo, do México, principalmente para ganhar participação no mercado de cerveja mexicano.
O governo americano impediu na última quinta-feira a fusão, alegando que o acordo poderia "enfraquecer substancialmente a concorrência no mercado de cerveja" dos Estados Unidos.
A AB InBev, maior cervejaria do mundo, negou a acusação, argumentando que o mercado dos EUA tem muitas opções quando se trata de cerveja.
"Agora é brigar, negociar ou pular fora", disse Trevor Stirling, analista da Sanford C. Bernstein. No entanto, ele e outros acreditam que a AB InBev está secretamente adotando duas abordagens - negociando e litigando. "Minha expectativa é que haverá uma solução negociada que irá satisfazer o Departamento de Justiça", disse. A AB InBev não quis falar a respeito.
O Grupo Modelo pode ser valioso demais para a AB InBev abrir mão do negócio. Sua estratégia é ser uma cervejaria global. O acordo anunciado em junho de 2012 para adquirir os 50% da Modelo que ainda não detém lhe fortaleceria em marcas e distribuição, informou a empresa na época. A aquisição adicionaria ao seu portfolio global de marcas uma quarta marca forte de cerveja - a Corona (as outras três são Budweiser, Stella Artois e Beck). Atualmente, a AB InBev detém cerca de 20% do mercado global em volume.
Mais importante, porém, disse Stirling, é que o negócio abriria caminho para a AB InBev no promissor mercado mexicano, que a AB tem cobiçado devido aos dados demográficos favoráveis e a um produto interno bruto per capita que está entre os mais elevados de todos os mercados em desenvolvimento.
Veículo: Valor Econômico