Segunda maior cervejaria do mundo quer ampliar presença de mercado em países emergentes
O ano começou agitado para as companhias de cerveja. A China Resources Snow Beweries comprou sete fábricas da rival Kingway Brewery Holdings por US$ 851 milhões. A Snow Breweries é uma joint venture formada pela SABMiller, uma das maiores fabricantes de cerveja do mundo, com o governo chinês. Com a aquisição, a SABMiller se fortalece no maior mercado da bebida no mundo. A transação inclui uma dívida de US$ 33 milhões.
“A Kingway é atualmente uma companhia deficitária, mas acreditamos que nossa decisão foi correta”, disse Chen Lang, presidente do conselho da China Resources. “Cerca de 50 de nossas 80 cervejarias vieramde aquisições. Temos a previsão de tornar o negócio lucrativo em três a cinco anos.
No ano passado, a Anheuser- Busch chegou a fazer uma oferta pela Snow Breweries. A rival local Beijing Yanjing Brewery também esteve prestes a ficar com o negócio em abril do ano passado, de acordo com fontes que acompanharam as negociações na época.
A Kingway, com sede na província de Guangdong, colocou seus ativos à venda após ter perdido participação de mercado para competidores como a Tsingtao Brewery. A companhia disse na semana passada que espera registrar prejuízo recorde no segundo semestre. No período anterior, a empresa perdeu US$ 13,1 milhões.
A compra da Snow Breweries é “uma importante e estratégica decisão”, disseram os analistas do Barclays em nota. “A posição de liderança da SABMiller na China continua a oferecer aos investidores uma oportunidade de valorização no longo prazo”. Com o anúncio, as ações da SABMiller subiram 1,6% transformando a companhia na segunda maior cervejaria em valor de mercado do mundo, em US$ 80 bilhões.
Potencial
Aproximadamente metade do preço de compra da Kingway é correspondente a prêmio pela construção de novas fábricas, refletindo o potencial do valor da marca, principalmente dos mercados regionais. No mundo todo, as gigantes da cerveja estão buscando oportunidades de negócios para expandir suas operações, principalmente nos mercados emergentes. Dessa forma, esses grupos fogem de economias estagnadas, como é o caso da Europa, ou que sofrem com o endurecimento de legislação em alguns países.
A AB InBev, maior fabricante mundial de bebidas, comprou a totalidade das ações do Grupo Modelo, do México. A companhia, que já era dona de metade do grupo, desembolsou US$ 20,1 bilhões pelo restante da participação. Já a holandesa Heineken comprou o controle de sua joint venture na China por US$ 5,6 bilhões. “A aquisição da Kingway parece ser bastante cara, considerando seus ativos e capacidade de produção”, disse Anson Chan, analista da KGI Asia Ltd. “Acredito que a compra não vai mudar a competição na província de Guangdong.
A Kingway deve permanecer como a terceira marca na região, atrás das cervejarias Tsingtao e Zhujiang Beer”, disse. “Eu também não vejo sinergias de custos como acordo”. A China Resources Snow é a maior cervejaria da Chna e tem 22% de participação de mercado, de acordo com a Euromonitor International. A compra ampliará a capacidade da empresa em14,5 milhões de hectolitros.
Veículo: Brasil Econômico