Minas não oferece incentivo fiscal.
Perto de atingir o limite da capacidade instalada, a cervejaria Artesamalt, com planta em Capim Branco, na região Central do Estado, já prevê a construção de uma nova fábrica. No entanto, assim como a Cervejaria Wals anunciou recentemente, o investimento deve ser feito em outro estado.
Segundo os sócios da empresa, em função de incentivos fiscais, a nova fábrica deve ser instalada em São Paulo. Os nomes das cidades cogitadas não foram revelados devido a questões estratégicas. Apenas o investimento em maquinário é da ordem de R$ 2 milhões.
Augusto Viana Figueiredo, que divide o comando da Artesamalt com o irmão João Paulo de Melo Figueiredo, afirmou que a empresa já busca financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente, a fábrica de Capim Branco tem capacidade para produzir 50 mil litros/mês de quatro diferentes tipos de cerveja: pilsen, stout, trigo e tripel. O carro-chefe e, portanto, mais apreciada, é a pilsen, que responde por 60% da produção.
Embora faça parte dos planos da empresa intensificar a atuação em outros estados, o principal mercado consumidor da Artesamalt se concentra em Minas Gerais, com 70% do volume produzido. No Estado, o produto já está disponível em grandes redes supermercadistas, como Verdemar e Mart Plus. Os 30% restantes se distribuem entre Bahia, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Lançamento - A cerveja Artesamalt é fabricada apenas em garrafas de 600 mililitros, vendidas a um preço médio de R$ 6,35. Com o objetivo de conquistar um número ainda maior de clientes, a empresa já se prepara para lançar a versão long neck, prevista para chegar aos pontos de venda já no mês que vem. "Falta apenas a autorização do Ministério da Agricultura", informa Figueiredo, salientando a necessidade de reduzir a burocracia que ronda o setor.
Os negócios da Artesamalt tiveram início em 2006, com a proposta de lançar uma cerveja com sabor diferenciado. "Observamos que a maioria das cervejas presentes no mercado eram fabricadas com muito arroz, milho e pouco malte. Então, optamos por uma fórmula que utilizasse mais malte", afirma o sócio-proprietário. Apesar de não revelar dados referentes a faturamento, Figueiredo observa que, ano passado, a receita registrou crescimento de 10% na comparação com 2011.
Além da cervejaria, os irmãos Figueiredo mantiveram, entre 2008 e 2010, um restaurante na rua Lavras, região da Savassi, que também leva o nome de Artesamalt. O terreno, por sua vez, foi vendido a uma construtora.
Embora o ramo das cervejas artesanais esteja em franca expansão, Figueiredo ainda faz algumas reivindicações, relacionadas, principalmente, à elevada carga tributária que muitas vezes impede o desenvolvimento das microcervejarias. "Nossa carga tributária é proporcionalmente muito superior à das grandes companhias que produzem em escala industrial. Além disso, nossos custos de produção também são bem maiores, uma vez que o nosso produto segue uma receita especial e diferenciada", afirma.
Para tentar brigar com a forte concorrência, o empresário afirma que o setor, em franca expansão, mas ainda muito tímido frente às grandes redes, precisa se unir ainda mais e reivindicar benefícios e reformas tributárias capazes de atingir e beneficiar o trabalho do pequeno produtor.
Veículo: Diário do COmércio - MG