Suco de laranja se recupera após o maior recuo em quatro anos

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As cotações do suco de laranja recuperaram parte das perdas do penúltimo pregão de 2008 e fecharam forte valorização no pregão de sexta-feira. Os contratos com entrega para março fecharam cotados em 72,10 centavos de dólar a libra-peso (0,45 quilos), valorização de 6,1%. Ainda assim, na comparação com o mesmo período de 2008, a commodity acumula queda superior a 50% e figura na categoria das mais desvalorizadas em um ano entre os contratos futuros de produtos agrícolas.

 

Os contratos do suco ficam atrás apenas dos combustíveis e metais básicos em termos de retração dentre as 19 commodities monitoradas pelo Índice Reuters/Jefferies CRB. Os estoques de concentrado congelado de suco de laranja dispararam no mês passado em 84% com 2007, segundo informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. "Vamos ter um excedente; uma superoferta", disse James Cordier, fundador da OPtionSellers.com de Tampa, no Estado norte-americano da Flórida. "O varejo fez muito pouco para estimular a demanda norte-americana".

 

"O crescimento do desemprego é terrível para os preços do suco de laranja", disse Cordier. "Estamos esperando uma melhoria da economia. Essa é a única coisa que pode estimular a demanda por suco de laranja". As vendas no varejo caíram 1,7% nos Estados Unidos, para 47,34 milhões de galões (de 3,785 litros) no período de quatro semanas até 22 de novembro, segundo os dados mais recentes da AC Nielsen postados no site do Departamento de Frutas Cítricas da Flórida.

 

"Vamos assistir ao crescimento desses estoques, principalmente diante das condições da economia mundial e do fato de o suco de laranja estar custando mais do que um tanque de gasolina", disse Steward Mann, diretor-executivo da LaSalle Futures Group de Nova York, em entrevista concedida ontem.

 

Os preços do suco de laranja no varejo norte-americano despencaram 1,7 por cento, para a média de US$ 5,84 o galão, nas quatro semanas encerradas a 22 de novembro, segundo a AC Nielsen. A gasolina comum foi comercializada, em média, a US$ 1,617 o galão nos postos norte-americanos hoje, disse a American Automobile Association (AAA), o maior clube do automóvel do país, em seu site.

 

As cotações do milho acompanharam a euforia dos investidores e fecharam em alta na sexta-feira. Os contratos do milho com entrega para maio fecharam em 417,75 centavos de dólar o bushel (25,4 quilos), alta de 1,1%. A expectativa dos investidores é que a valorização do petróleo renove a busca por combustíveis alternativos como o etanol extraído do cereal.

 

Na contramão, a soja fechou com os contratos para março com pequena desvalorização de 0,3%, cotados em US$ 9,77 o bushel (27,2 quilos). As informações de melhora nas condições da safra argentina teriam favorecido a queda.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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