Alta do dólar favoreceu o cenário.
Com a valorização do dólar frente ao real nos últimos 4 meses, alta de quase 50%, os espumantes e champagnes importadas perderam espaço para os itens nacionais, inclusive "marcas próprias", no último réveillon. A informação é do Instituto Brasileiro de Vinhos (Ibravin).
"Os consumidores têm preferido o espumante brasileiro, pois ele apresenta melhor relação custo/benefício", disse a sócia da Ora Bolhas Champanharia, Thaís Simões. A empresária destacou a expectativa de fechar o balanço do mês de dezembro de 2008 com incremento de 50% nas vendas frente a igual período do exercício anterior.
Segundo Thaís Simões, o espumante brasileiro é a grande aposta da empresa. "Estamos tentando mudar o hábito dos consumidores. As pessoas associam a bebida apenas às grandes celebrações, mas na verdade o espumante é desenvolvido para se degustar em qualquer ocasião", analisou. A champanharia possui 75 rótulos de espumantes, sendo que 40 deles são nacionais.
"O produto brasileiro começou a ser apreciado", disse. Tanto que a empresa fechou parceria com uma vinícola da região Sul do país e desenvolveu o primeiro espumante de marca própria. "Comercializamos cerca de 600 garrafas por mês, mas o objetivo para 2009 é alcançarmos a marca de 900 unidades", revelou.
O Amadeus Bar e Restaurante, que possui uma adega direcionada ao varejo, registrou aumento de 43% nas vendas de dezembro frente ao mês anterior. "Temos cerca de 200 rótulos de espumantes, sendo que 50 deles são nacionais", revelou o proprietário, Luís Eugênio Torres.
O aquecimento do mercado contribuiu para que a empresa também apostasse na produção de rótulos próprios de espumantes. "Os preços das bebidas encontradas em nossa adega são, em média, 15% mais baixos dos que os ofertados em delicatéssens", destacou.
Na delicatéssen Casa do Vinho, onde 90% dos produtos vendidos são importados, existem planos de ação para entrar no disputado mercado de espumantes nacionais. "Pretendemos incrementar o mix de produtos brasileiros", revelou o sócio da empresa, André Martini. O empresário admitiu que o item nacional está despontando no mercado interno e conquistando o gosto do consumidor brasileiro.
Veículo: Diário do Comércio - MG