A GlaxoSmithKline (GSK) está em negociações avançadas para vender a Lucozade e a Ribena à Suntory Beverages, do Japão. O negócio poderá avaliar as marcas de produtos de consumo em mais de 1 bilhão de libras esterlinas, disseram três pessoas bem-informadas sobre as negociações.
As conversações seguem-se à decisão da GSK, tomada em abril, de vender as marcas veteranas como parte de uma iniciativa maior de se concentrar em medicamentos e produtos relacionados à saúde. Previa-se que poderia ser assinado um negócio ainda nesta semana com a Suntory, embora as empresas, até ontem, ainda não tivessem chegado a um acordo, disse uma das pessoas. A GSK preferiu não comentar, enquanto a Suntory declarou: "Nada foi decidido".
A GSK disse em abril que venderia a divisão das bebidas Lucozade e Ribena até o fim do ano, devido à sua concentração Reino Unido e nos países da Comunidade Britânica, e porque seus perfis de bebidas saudáveis são mais fracos que os de outros de seus produtos
Analistas previam inicialmente que a venda geraria mais de 1,5 bilhão de libras esterlinas. A empresa também havia dito que reuniria seus medicamentos genéricos numa nova divisão de negócios que também poderia ser vendida.
A Ribena, uma marca de bebida de fruta voltada para as crianças, e o isotônico Lucozade geraram cerca de 600 milhões de libras esterlinas em receita no ano passado. Sir Andrew Witty, principal executivo da GSK, disse em abril: "Adoramos essas marcas, achamos que fizemos um trabalho fabuloso, mas há outros proprietários potenciais capazes de gerar valor maior com uma base de distribuição melhor".
A Suntory, mais conhecida fora do Japão por sua divisão Orangina Schweppes, tem sido encarada como uma das mais sólidas compradoras das bebidas.
Grupos como Blackstone, Lion Capital e PAI Partners ainda estudam uma proposta de compra da Ribena e do Lucozade caso seja realizado um leilão. A AG Barr, a fabricante escocesa da bebida cafeinada Irn-Bru, estudava uma possível oferta de 1 bilhão de libras esterlinas, disseram fontes em julho.
As empresas japonesas de bebidas embarcaram numa farra de compras nos últimos anos. Gastaram mais de 1 trilhão de ienes (US$ 9,9 bilhões) em negócios no exterior desde 2006, na tentativa de compensar a queda da demanda doméstica. As vendas internas de cerveja - uma viga-mestra dos negócios - encolheram mais de um terço nos últimos dez anos, devido ao envelhecimento da população e a mudanças de hábitos.
Veículo: Valor Econômico