Diante de mais um trimestre de retração nos volumes no Brasil, a AB InBev, maior fabricante de cervejas do mundo e dona da Ambev, voltou a mostrar preocupação com os impactos da inflação ao seu negócio no País. Com base no resultado do período e na previsão para os últimos três meses, o grupo passou a considerar o pior o cenário de suas expectativas para o fechamento do ano, ou retração nos volumes.
O intervalo da previsão variava de estabilidade a queda de um dígito. No terceiro trimestre, a subsidiária brasileira (Ambev) vendeu 4% a menos em cerveja do que em igual período do ano passado. A companhia atribui a retração ao mercado ainda desafiador, com inflação elevada e menor renda disponível para o consumo do produto, além de clima desfavorável.
"A inflação de alimentos desacelerou consideravelmente nos últimos meses, mas ainda está bem acima da inflação geral e continua a pressionar a renda disponível de nossos clientes potenciais", afirma a AB InBev em comunicado. O Brasil é o terceiro maior mercado para cervejas, atrás da China e dos EUA.
Para confrontar o cenário mais desafiador, a Ambev aposta em uma estratégia de embalagens mais acessíveis e num esforço para aumentar os volumes de marcas premium no país. Apesar da retração nos volumes, a companhia elevou em 6% as receitas por hectolitro com a venda de cervejas no Brasil.
Receitas
Além dessas estratégias, a Ambev cita também um impacto positivo de maior distribuição direto do produto. A receita líquida da companhia como um todo -inclui refrigerantes e outros mercado além do Brasil- subiu 5,3% no período, para R$ 8,46 bilhões. Já o lucro, de R$ 2,28 bilhões, caiu 7,9% em relação ao terceiro trimestre de 2012, influenciado por uma piora no resultado financeiro da empresa e impostos mais altos.
Veículo: Diário do Nordeste