Pesquisa para produção de espumante da Epamig avança

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Mercado é altamente promissor e a demanda vem crescendo a cada ano

A produção de espumante em Minas Gerais deve crescer significativamente ao longo dos próximos anos. Além do mercado em expansão, a tecnologia que vem sendo desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig-MG) gera bebida de alta qualidade. No Estado, a produção está concentrada na região Sul e a primeira colheita comercial deve acontecer em 2016.

De acordo com o pesquisador do Núcleo Tecnológico Uva e Vinho da Epamig Murillo de Albuquerque Regina, as expectativas em relação à produção de espumantes em Minas são positivas. "O mercado é altamente promissor e a demanda vem crescendo a cada ano, já que a bebida tem sido incorporada às festas, tornando-se um hábito de consumo. Além disso, o espumante produzido no Brasil tem qualidade reconhecida e não deixa nada a desejar para os fabricados em outros países. Todos esses fatores devem contribuir para que a produção mineira cresça nos próximos anos", avalia.

Ainda segundo Albuquerque, as pequisas desenvolvidas pela Epamig foram viabilizada pela parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que nos últimos 10 anos destinou cerca de R$ 500 mil para serem investidos no projeto do espumante. Além de custear as pesquisas, com o recurso também foi construída uma microdestilaria, que demandou cerca de R$ 300 mil. "Com esse investimento conseguimos avançar muito nas pesquisas de campo e produção, nos testes de qualidade e na validação dos processos", ressalta.

Segundo a Epamig, atualmente três produtores estão investindo na fabricação de espumantes. As unidades produtoras estão localizadas nos municípios de Andradas e Caldas, ambos no Sul do Estado, e em Divinolândia (São Paulo). Os municípios apresentam temperaturas mais amenas, fundamental para a produção de uvas de qualidade.


Cultivo - Ao todo, a área cultivada soma 30 hectares de uvas para a fabricação de espumantes. As principais espécies cultivadas são a chardonnay e pinot noir, que se adaptaram bem ao clima e ao solo da região Sul do Estado. "Quando estiverem em plena produção, dentro dos próximos 2 ou 3 anos, cada hectare deve render entre 5 mil a 7 mil garrafas, o que soma mais de 210 mil garrafas de espumante por ano. A produção para 2014, que ainda é muito pequena, deve totalizar cerca de 30 mil garrafas", observa.

As pesquisas para o desenvolvimento do espumante mineiro foram iniciadas em 2004 e ainda estão em desenvolvimento. "Trabalhamos com vários temas de pesquisas que vão desde novas variedades a serem testadas na região, passando pela estruturação da parreiras, clones até o desenvolvimento de técnicas que irão proporcionar maior rentabilidade", diz o pesquisador.

A técnica para a produção de espumante desenvolvida em Minas Gerais também tem sido utilizada por produtores de São Paulo. O viticultor de Divinolândia Márcio Verrone mantém cerca de 20 hectares de produção de uva, sendo 12 hectares em Divinolândia e 8 em Itobi. O processamento das uvas para produção do espumante em 2014 será feito na vinícola experimental da Epamig, porém, a expectativa do produtor é de nos próximos anos construir uma vinícola própria e alcançar produção de 100 mil garrafas anuais.

Em Itobi, o plantio das uvas aconteceu em dezembro de 2008, quando foram implantadas as variedades shyra, cabernet sauvgnon, cabert granc e sauvignon blanc, voltadas para a produção de vinho. Um ano depois foi feito o plantio no município de Divinolândia das uvas chardonnay e pinot noir para produção de espumantes.

"Sempre fui apaixonado por vinhos. Em 2012, fiz curso na Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e a partir daí fui conhecer vinícolas no Brasil e em outros países. Meu interesse por vinhos cresceu e, em 2008, conheci as tecnologias disponibilizadas pela Epamig para produção vinícola. Então, decidi investir nesse mercado", diz Verrone.

A previsão de produção para 2014 é 25 mil garrafas de espumantes. "Vamos iniciar a comercialização em 2015 após a finalização do processo de registro da marca Casa Verrone. As garrafas ainda estão em autólise, que melhora a qualidade do produto, até o momento da venda", enfatiza.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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