Barril impulsiona desempenho da Heineken

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A cerveja Heineken nunca foi muito popular no Brasil. Mas desde o último verão isso vem mudando. A marca, distribuída no Brasil pela Femsa, encerrou 2008 com um crescimento de vendas em volume de 54% em relação ao ano anterior. Na comparação com os últimos dois anos, o aumento é de 113%. E boa parte dessa performance se deve a um único produto: o barril de cinco litros.
 
 

Também chamado de "keg", o formato estreou no mercado timidamente no verão de 2007. "Trouxemos da Holanda para o Brasil um estoque que calculávamos durar três meses. Mas vendemos tudo em 15 dias", conta Riccardo Morici, diretor de marketing da cervejaria, que não divulga volumes comercializados. 

 

No ano seguinte, ou seja, no verão de 2008, a Femsa novamente importou o produto. "O sucesso foi novamente muito grande", diz o diretor da companhia, que resolveu incluir o "keg" no portfólio de produtos fixos. "O volume vendido agora é seis vezes maior que a primeira importação", conta o executivo. 

 

Desenvolvido na Heineken da Holanda e fabricado em alumínio, o barril tem aproximadamente 30 cm de altura e 20 cm de diâmetro. Dentro dele há uma espécie de cilindro que permite que a cerveja que ele contém (a bebida é feita na Holanda e envasada lá ) seja tirada sob pressão, como se fosse chope. 

 

Há outras opções importadas de barris de cerveja à venda, mas Morici afirma que o tipo de embalagem criado pela Heineken é único no Brasil. A AmBev também concorre nesse segmento de mercado com o barril de chopp Brahma, que pode ter de 10 a 30 litros. 

 

O barril da Femsa é vendido em supermercados, lojas de conveniência e também em alguns bares. Ele dura até 30 dias e deve ser colocado em uma geladeira por no mínimo dez horas antes de os cinco litros de cerveja - que rendem 20 copos - serem consumidos. 

 

É aí que fabricante ganha rentabilidade. Descontada a embalagem, o "keg" rende o mesmo que um pacote de latinhas, geralmente vendido com 15 unidades. Mas as latas saem por R$ 15 em média, enquanto o preço sugerido pela Femsa para o "keg" é de R$ 49. Em alguns casos, porém, chega a até R$ 90 (valor fixado a critério do comerciante). 

 

Essa variação de preço se justifica, segundo Morici, uma vez que o segredo do "keg" não está apenas no produto que ele oferece. "Ele cria um momento social quando alguém chega com ele na praia ou em uma festa. É um polarizador de atenções", diz. 

 

Dentro da companhia, segundo o executivo, as vendas do novo formato já estão se aproximando do volume de Heineken long neck - até agora o mais importante para a marca. No mercado entretanto, as vendas totais de long neck são as menos expressivas: ficam com 2% de toda a cerveja vendida no país, segundo dados Nielsen. 

 

Mesmo assim , tanto a Femsa quanto a holandesa Heineken comemoram o sucesso de vendas do barril no Brasil e no exterior. Em seu último relatório de resultados (o próximo deve sair neste mês), a Heineken divulgou que as vendas mundiais de cerveja por meio de "formatos inovadores" cresceu 80% em 2007. 

 

Em relação ao faturamento total da cervejaria no mundo (cerca de 139,2 milhões de hectolitros), o barril foi responsável por uma venda adicional de mais de 1,2 milhões de hectolitros, equivalente a um aumento de quase 1%. Nesse período, a companhia vendeu mais de 10 milhões de "kegs" no planeta. O Brasil, segundo Morici, foi um dos maiores mercados para o produto. (L.C.) 

 

Veículo: Valor Econômico


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