Vendas de cerveja da AmBev fecham o ano em queda no País

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A Companhia de Bebidas das Américas (AmBev), maior cervejaria do Brasil, encerrou o quarto trimestre de 2008 com queda de 3% no volume de produção no Brasil, para 21,1 milhões de hectolitros. De acordo com Michael Findlay, gerente de relações com os investidores da empresa, o clima chuvoso, assim como o reajuste praticado pela empresa nos meses de novembro e dezembro prejudicaram o resultado. Além disso, Findlay disse que as vendas em dezembro de 2007 foram recordes, o que representou uma base de comparação difícil de ser superada.

 

O lucro líquido no quarto trimestre - ajustado de acordo com as novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), modificada pela lei nº 11.638/07 - caiu 14%, para R$ 964,5 milhões. Sem o ajuste, o lucro líquido do quarto trimestre seria de R$ 1,313 bilhão, 16,3% maior que o obtido entre os três últimos meses de 2007.

 

No ano, o volume de produção de cerveja também caiu. Mais uma vez, o clima chuvoso ao longo de 2008 prejudicou o desempenho da empresa. "Dez dos doze meses do ano foram chuvosos e a inflação dos alimentos cresceu duas vezes ao nível da inflação", disse Findlay. A produção caiu 0,2%, para 69,9 milhões de hectolitros.

 

Para 2009, o cenário é de dificuldades. "Será um ano de grandes desafios econômicos", afirmou João Castro Neves, diretor geral da Ambev para a América Latina, em conferência com analistas. No entanto, o executivo, que assumiu o cargo em janeiro, disse também que as condições climáticas desse começo de ano, principalmente fevereiro, foram favoráveis, assim como a data do carnaval - uma das principais para as cervejarias - que ficou para o fim do mês, ao contrário do ano passado, quando as cervejarias foram prejudicadas pela festa no início de fevereiro de 2008. "Estamos tendo um começo de ano bom. No carnaval realmente fez calor", afirmou Findlay.

 

Castro Neves, em conferência, disse que sinergias entre a companhia e a Anheuser-Bush - fabricante da cerveja Budweiser comprada pela InBev, controladora da AmBev, no ano passado - podem se acentuar este ano.

 

De acordo com Findlay, apesar do aumento dos custos de insumos como alumínio, açúcar e cevada, a empresa está protegida por operações de hedge para enfrentar variações cambiais. "O aumento do dólar para nós não existe. Temos uma política de hedge de 12 meses", afirmou.

 

Mesmo com as incertezas para 2009, a empresa deve investir no total o mesmo montante que foi investido em 2007, cerca de R$ 1,6 bilhão. Projetos já anunciados, como uma nova maltaria no Rio Grande do Sul e uma nova fábrica em Sete Lagoas, em Minas Gerais, estão mantidos.

 

No ano, a receita líquida da companhia alcançou R$ 20 ,8 bilhões, alta de 6,8%. A operação brasileira registrou receita líquida de R$ 13,08 bilhões, alta de 5,1%. Em 2008, a AmBev teve lucro bruto de R$ 4,3 bilhões, alta de 9% em relação a 2007.

 

Refrigerantes

 

No quarto trimestre, o volume de vendas de refrigerantes e não carbonatados no Brasil caiu 2,5%, para 7,6 milhões de hectolitros, em relação ao mesmo período de 2008. No ano, o volume alcançou 25,2 milhões de hectolitros, alta de 2,7% em relação ao ano anterior.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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