Desvalorização cambial, demanda reprimida e maior controle na fiscalização de bebidas à base de vinho foram alguns dos fatores que contribuíram para aumentar em 3,28% a venda de vinho produzido no Rio Grande do Sul em janeiro. O Estado é responsável por 90% da produção nacional. A informação é do diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho, Carlos Paviani.
É o primeiro resultado positivo desde 2006, quando o setor vendeu em janeiro 18,29 milhões de litros, crescimento de 13% sobre igual período do ano anterior. Nessa mesma época do ano passado, a queda em relação ao ano anterior foi de 22%. No acumulado de 2008, o recuo médio nas vendas foi de 13%. De acordo com os dados do Ibravin, foram vendidos 14,19 milhões de litros de vinhos finos e de mesa em janeiro de 2009, ante os 13,74 milhões de litros do ano passado. Os números têm base no Cadastro Vinícola, mantido em parceria entre a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária (Seappa) e o Ministério da Agricultura (Mapa).
O incremento de vendas dos vinhos da Miolo foi ainda maior. Segundo o diretor- comercial Fábio Miolo, a empresa comercializa ou no período um volume 8% maior na comparação com o ano anterior. "Janeiro e fevereiro são meses de baixa em função do verão, mas o maior acesso ao produto brasileiro também no litoral sustentou esse crescimento", avalia Fábio Miolo.
A queda de 2,5% nas importações de vinhos também impulsionou as vendas nacionais. Apenas 3,47 milhões de litros de vinhos importados entraram no País, ante 3,56 milhões de litros que ingressaram no mesmo período de 2008. Esta retração interrompeu a ascensão do produto de fora traçada desde 2003. "Com o real desvalorizado, os produtos importados deixaram de ser competitivos", observa Paviani. Só o Chile vendeu 22,46% menos vinhos ao Brasil. As vendas da Argentina caíram 5,75%, da Itália outros 12%. As maiores quedas foram o Uruguai, que despejou 49,5% menos vinho no mercado doméstico, e da Nova Zelândia, menos 93,5%.
A entrada em vigor de norma que obriga as Sangrias e Coquetéis a utilizarem o Selo de Controle Fiscal da Receita Federal, também influenciou o aumento da comercialização, ressalta Paviani. O levantamento do Ibravin mostra ainda um incremento de 5,8% na comercialização de suco de uva integral. Foram vendidos 1,13 milhão de litros, ante 1,06 milhão de 2008. A venda de suco de uva concentrado cresceu 7% e a de suco adoçado despencou 52%. O Ibravin projeta aumento de 20% no consumo total de suco de uva este ano. Em 2008, o crescimento alcançou 15,6%.
Veículo: Gazeta Mercantil