Salta, na Argentina, não é uma região famosa pelas bodegas. Se o país tem pelo menos 900 delas, esta localidade, no norte, entre Paraguai, Bolívia e Chile, tem apenas 12.
A Bodega El Porvenir de Los Andes é um dos destaques da região. Criada no século XIX, tem videiras cultivadas em altitudes superiores a 2.600 metros, perto dos raios solares.
Ontem, Hugo Darío Cedron, gerente comercial da bodega, apresentou alguns de seus produtos, na Osteria Del Pettirosso. Eles passam a ser comercializados em São Paulo, pela importadora Mercovino, de Ribeirão Preto.
O sabor dos vinhos degustados tem em comum o trabalho artesanal. São eles: Laborum Torrontés (2008); Laborum Malbec (2005), Amauta Merlot e Cabernet Sauvignon (2005); Laborum Syrah (2004), Laborum Tannat (2005) e Laborum 100% Torrontés de colheita tardia (2007).
A vinificação é premium, e, conforme Cedron, o trabalho requer dedicação e um respeito pela natureza. O resultado são vinhos cheios de personalidade.
O trabalho para a criação de vinhos premium começou em 1999, quando a propriedade foi comprado por um grupo familiar de província de Salta.
A extensão da vinha é de mais de 26 hectares com mais de 35 anos. Há ainda 60 hectares com plantas de 10 anos. As variedades giram em torno da Torrontés, Malbec, Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Tannat.
A produção total de vinho na adega é hoje 250 mil garrafas, ou 180 mil litros. "Os números são da safra 2006, e tratam-se dos vinhos vendidos em 2008", diz Cedron.
Ele diz que a marca está se fixando no mercado interno, ao mesmo tempo que está conduzindo o crescimento do negócio no exterior, principalmente na Inglaterra e Dinamarca.
"Trouxemos este vinho após uma viagem de André Biagi, empresário de Ribeirão Preto, pela região argentina, de moto. Ele tinha informações sobre o produto e foi conhecer a bodega in loco", diz André Maculan, diretor geral da Mercovino, sobre a aventura do empresário, que em muito se assemelha à jornada empreendida por milhares de motoqueiros que se encantam pelas atrações que as estradas latino-americanas oferecem.
A empresa foi fundada em 2003 e possui em seu portfólio 50 rótulos exclusivos com qualidade superior.
Apaixonado pela bebida de Baco, Biagi possui uma das maiores usinas de álcool e açúcar do País, considerada um dos expoentes brasileiros em combustível.
Além da cana e seus derivados, possui grande influência em Ribeirão Preto e região. É dono de fábricas de equipamentos para indústrias e concessionárias de automóveis.
Na ampliação da sua atuação, a Mercovino contratou André Maculan para a criação de um portfólio de vinhos consistente e de qualidade, fazendo com que a empresa deixe de ser apenas distribuidora de vinhos, para se tornar uma grande importadora a atuar em todo território nacional. "Na formação deste portfólio, estive em viagem durante todo primeiro semestre de 2007, passando por Chile, Argentina, França, Espanha, Itália e Londres - onde ocorre uma das mais importantes feiras de vinho, a London Wine Fair - contatando produtores, degustando seus vinhos e avaliando quais seriam os rótulos que farão parte de nossa coleção", diz ele.
A empresa trabalha o nicho de mercado de vinhos a partir de R$25 e possui rótulos de países como Argentina, Chile, França, Itália, Espanha e Portugal.
A empresa passou a importar desde o final de outubro, os produtos da vinícola portuguesa Casa Cadaval, com os rótulos Padre Pedro (Tinto e Reserva), Varietais (Cabernet Sauvignon e Trincadeira) e Herdade de Muge (Tinto). Seus vinhos já foram premiados pela revista Decanter World Wine e recentemente, o vinho Padre Pedro foi eleito pelo jornal The New York Times como melhor tinto abaixo de U$ 10. Também constam do portfólio, outras vinícolas de Portugal como Porto Barros, Quinta do Casal da Coelheira e Ribeira da Ervideira.
No Rio de Janeiro, os vinhos são distribuídos pela Porto Leblon. E em São Paulo, no Armazém dos Importados e também na Via Vini. Por uma estratégia de mercado, os vinhos não são encontrados em supermercados.
Veículo: Gazeta Mercantil