Pepsi fracassa na tentativa de comprar engarrafadora

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O Pepsi Bottling Group (PBG) rejeitou ontem a oferta apresentada em março para ser comprado pela PepsiCo, seu maior acionista, por considerar o preço "extremamente inadequado".

 

O executivo-chefe do PBG, Eric Foss, argumentou em carta enviada a Indra Nooyi, executiva-chefe da PepsiCo, que a oferta foi apresentada de modo a aproveitar-se do momento, antes de a engarrafadora da PepsiCo divulgar resultados trimestrais acima das expectativas.

 

Também afirmou que a oferta não levou em conta de forma satisfatória as possíveis sinergias decorrentes de uma fusão e foi "substancialmente" menor do que o valor intrínseco do PBG, assim como do valor que poderia ser deduzido a partir da comparação com negócios similares.
A oferta da PepsiCo está ligada a uma proposta simultânea pelas ações que ainda não possui na Pepsi Americas, sua segunda maior engarrafadora.

 

A rejeição do acordo era amplamente esperada em Wall Street.

 

O analista Bill Pecoriello, do Consumer Edge Research, afirmou em relatório a seus clientes que apesar da expectativa de que a Pepsi Americas siga o PBG e também rejeite o acordo, sua empresa "pensa que essas transações" acabarão sendo realizadas.

 

A PepsiCo possui 33% do PBG e 43% da Pepsi Americas.A oferta foi de US$ 14,75 mais 0,283 ação da PepsiCo em troca de cada ação do PBG, o que seria equivalente a US$ 28,84 , pelos preços de fechamento da bolsa na sexta.

 

Quando a PepsiCo apresentou as ofertas em abril, declarou que as propostas estavam "condicionadas", o que quer dizer que apenas valem se ambas forem aceitas.A estrutura incomum das propostas cria uma dinâmica interessante entre as duas engarrafadoras, que precisarão ponderar que força possuem - juntas e separadas - para poder pedir um preço mais alto.

 

As ações do PBG e Pepsi Americas apresentaram fortes altas depois das ofertas da Pepsi, que traziam ágio de 17%, sinalizando a expectativa no mercado de que ambas as propostas acabarão tendo de aumentar.

 

Há poucos precedentes recentes de fusões "forçadas" de qualquer que seja a escala, além da oferta da Roche pelos 44% da Genentech que ainda não possuía.Nos processos conhecidos como fusão "forçada", a companhia que possui uma participação na empresa a ser adquirida reduz gradualmente o número de acionistas minoritários ao fazer ofertas de compra pelas ações até ganhar o controle sobre o negócio.

 

Nooyi argumenta que, além de trazer economias de custos, assumir o controle direto das duas engarrafadoras dará à PepsiCo maior flexibilidade e velocidade para apresentar aos varejo suas marcas de bebidas, que são cada vez mais diversificadas, e também para atrelar a distribuição das bebidas à de seus salgadinhos Frito-Lay.

 

A rival Coca-Cola vem sustentando que continua comprometida com o modelo de ter parceiros engarrafadores administrados de forma independente, por acreditar que o sistema fortalece a capacidade para que fiquem mais atentos às necessidades dos varejistas locais.

 

O executivo-chefe da Coca-Cola, Muhtar Kent, disse a analistas em abril que o "espírito da colaboração" com suas engarrafadoras "nunca foi melhor", não apenas na América do Norte, mas em todo o mundo.

 

Veículo: Valor Econômico


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