Com bons resultados no Brasil, mas problemas com a desvalorização do peso no México, a Femsa (Fomento Económico Mexicano SAB), maior cervejaria latino-americana, anunciou queda de 39% no lucro do primeiro trimestre de 2009. Foram 783 milhões de pesos (US$ 56,7 milhões) contra 1,29 bilhão de pesos no mesmo período de 2008.
Enquanto as vendas de cerveja no México, em volume, caíram 3%, no Brasil, houve aumento de 1,9%, para 2,45 milhões de hectolitros. Os preços, em moeda mexicana, subiram 18% no mercado brasileiro (ou 17,40% em reais). A exportação de cerveja cresceu 2,2%, para 786 mil hectolitros.
Já a Coca-Cola Femsa SAB, unidade de bebidas sem álcool da empresa, que inclui refrigerantes, teve vendas de 22,5 bilhões de pesos, 31% a mais do que em igual período de 2008. O lucro operacional da divisão aumentou 17%, para 3,31 bilhões de pesos. As vendas subiram 20% e somaram 43,4 bilhões de pesos, segundo a empresa anunciou na quinta-feira, 30 de abril, em comunicado divulgado em seu site.
O bom resultado, de acordo com o executivo-chefe da empresa, José Antonio Fernández, no comunicado, se deve, em boa parte à aquisição da Remil - Refrigerantes Minas Gerais. O negócio foi concluído em junho do ano passado. A franquia, que pertencia a The Coca-Cola Company, foi comprada por US$ 364,1 milhões. Com essa transação, a Femsa passou a responder por 30% do sistema de engarrafamento de produtos Coca-Cola no Brasil.
No méxico, entretanto, a empresa teve problemas com a alta de insumos cotados em dólar, como grãos e edulcorantes. Desde 1º de agosto, a moeda mexicana teve desvalorização de 29% em relação ao dólar.
"A pressão do cenário, mais especificamente a taxa de câmbio e os custos com matérias-primas, continua a impactar nossos resultados", afirmou Fernández. "Vemos sinais de continuidade na desaceleração da atividade econômica por algum tempo." A Femsa, cuja sede fica em Monterrey, México, teve perda cambial de 430 milhões de pesos, sendo que no mesmo período de 2008 havia ganho 111 milhões de pesos. A perda foi resultante do endividamento em dólar da Femsa, que é convertido em pesos para fins contábeis. Quando a dívida aumenta em pesos, é registrada como perda.
Veículo: Valor Econômico