Em abril, a indústria brasileira de laranja até negociou 32% mais suco com o mercado internacional, mas nem com esse incremento no volume da bebida embarcada o setor conseguiu alavancar a receita com as exportações. A retração superior a 44% nos preços da tonelada do concentrado impingiu uma queda de 26,5% na receita com as vendas externas em relação às cifras alcançadas no mesmo período do ano anterior.
De acordo com os dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na comparação com março, a quantidade de suco de laranja exportada foi quase 20% menor, já a queda na receita chegou a 30%.
A valorização de quase 8% na libra-peso do suco ao longo do último mês ainda não foi suficiente para levar a cotação ao mesmo patamar do último dia de abril do ano passado, daí a queda no faturamento com as entregas ao mercado internacional. Para ser negociada aos antigos 120,65 centavos de dólar a libra-peso, o suco precisaria subir outros 31%. No mercado interno, a laranja sem contrato entregue à indústria desvalorizou 46,3%, no período avaliado - R$ 4,50 ante R$ 8,38 pago há um ano pela caixa de 40,8 quilos.
Oferta reduzida
A depreciação do preço da fruta no mercado interno pode ser amenizada pela quebra de safra de 20% estimada pela Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), além de uma diminuição de cerca de 10% do volume de suco extraído da fruta, somando uma retração total de até 30% no concentrado. De acordo com Renato Toledo, presidente do Conselho da Associtrus, o produtor não fez as três aplicações necessárias de fertilizantes, pois "estava descapitalizado, além da seca nas floradas do fim do ano passado", estima.
Veículo: Gazeta Mercantil