A dinamarquesa Carlsberg, quarta maior cervejaria do mundo, vai ultrapassar as projeções anteriores de corte de custos depois da aquisição, do ano passado, da Scottish & Newcastle, disse seu principal executivo, Jorgen Rasmussen.
A empresa, fabricante das marcas de cerveja Carlsberg, Kronenbourg e Baltika, vai superar a meta de economia de 1,3 bilhão de coroas dinamarquesas (US$ 240 milhões) projetada para os primeiros três anos subsequentes à aquisição, disse o executivo. Isso ocorrerá apesar de a queda da demanda ter feito com que a cervejaria procurasse mais espaço para cortes do que o originalmente planejado, em mercados que vão desde a Rússia até a França.
Rasmussen disse que a cervejaria está aprendendo com a "implacável máquina de redução de custos" representada por sua maior concorrente, a Anheuser-Busch InBev, que concluiu a maior fusão do setor cervejeiro no ano passado, meses depois da tomada de controle da Scottish & Newcastle pela Carlsberg, por 4,3 bilhões de libras esterlinas (US$ 6,5 bilhões). Depois desses negócios, a economia mundial entrou em crise e reduziu a pó dois terços do valor das ações da Carlsberg.
"Estamos eliminando muito mais custos do que prevíamos inicialmente", disse Rasmussen. A AB InBev "é cruel nisso, e talvez antes éramos os bons meninos. Em tempos mais difíceis, tem-se de pôr a eficiência em primeiro lugar."
A Carlsberg está fechando unidades de produção e postos de trabalho. Também está padronizando os formatos das garrafas, embalagens e rótulos para economizar..
A aquisição, por US$ 52 bilhões, da cervejaria norte-americana Anheuser-Busch, no ano passado, pela até então chamada InBev, uniu as maiores cervejarias dos Estados Unidos e da Europa. O negócio também obrigou o resto do setor cervejeiro a reagir, para não ficar para trás, disse Rasmussen.
O executivo disse que a cervejaria dinamarquesa não seguirá todas as práticas de sua concorrente belga, uma vez que não diminuirá os orçamentos de marketing de marcas fundamentais, como Carlsberg, Baltika e Kronenbourg.
Também não reduzirá, por exemplo, benefícios como os aparelhos de bronzeamento artificial no inverno para os cavalos da raça Clydesdale da Carlsberg, que trotam em Copenhague promovendo a marca; nem a oferta de cerveja grátis nas quadras de tênis da empresa. O patrocínio ao Festival Tuborg de Música vai continuar, embora com menos barracas de cerveja e menos atividades promocionais.
"Precisamos ainda ser mais cruéis nos gastos, mas pensando bem a relação custo-benefício", disse ele. "Não queremos ser uma ABN InBev."
Veículo: Gazeta Mercantil