Makro volta a disputar mercado de vinho

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Claudia Facchini, de São Paulo

 

O Makro figurou por muito tempo no topo do ranking dos maiores revendedores de vinhos do país, mas essa posição foi perdida ao longo da década de 90, período em que a rede atacadista deixou a bebida de lado e concentrou seus esforços em outros segmentos, como alimentos.

 

"Estamos investindo para voltarmos a ser o maior distribuidor de vinho, senão no Brasil, na região de São Paulo pelo menos", afirma Rubens Baptista Júnior, presidente do Makro, a maior rede de lojas de atacado do Brasil.

 

Os problemas enfrentados pela Expand, uma das grandes importadoras de vinho do país, e o aumento do consumo da bebida pelos brasileiros abrem espaço para novos concorrentes.

 

No segmento de bebidas em geral, incluindo cervejas e refrigerantes, o Makro já está entre os maiores distribuidores do país. Essa seção responde sozinha por 30% das vendas da rede atacadista, que aproximou-se de R$ 5 bilhões em 2008, diz Baptista.

 

Serão abertos neste ano espaços exclusivos para vinhos dentro de três unidades já existentes do grupo, em São Bernardo, Campinas e no bairro Butantã, na zona oeste da capital paulista.

 

O projeto-piloto foi implementado no fim do ano passado dentro da loja "número um" do Makro no Brasil, no bairro da Vila Maria, em São Paulo. O modelo começará agora a ser replicado nas demais unidades. "Na loja da Vila Maria, as vendas de vinho dobraram", diz Baptista Jr.

 

"Comprar vinhos não é uma tarefa fácil", acrescenta o executivo do Makro, que contratou um sommelier para auxiliar os donos de restaurantes a montar cartas de acordo com o menu.

 

Mas a maior vantagem competitiva da rede, que é controlada pelo grupo holandês SHV Holdings NV, está na escala. Além do Brasil, o grupo possui operações na Argentina, Colômbia, Venezuela e acaba de abrir uma filial no Peru.

 

As aquisições de vinhos, por exemplo, são feitas em conjunto pelas subsidiárias na América Latina, o que garante condições melhores nas negociações com os fornecedores, diz Baptista.

 


Mesmo com a crise econômica, a multinacional holandesa decidiu não alterar o orçamento da subsidiária brasileira. Muitas varejistas, ao contrário, preferiram reduzir os seus gastos para preservar o caixa. O Makro vai investir R$ 240 milhões na abertura de 10 novas unidades neste ano. Em 2008, foram inauguradas oito unidades e investidos R$ 195 milhões.

 

De acordo com o balanço publicado pela companhia, o lucro da subsidiária brasileira chegou perto de R$ 100 milhões - o ganho exato foi R$ 99,6 milhões, mais que os R$ 92,3 milhões registrados em 2007.

 

As vendas brutas da atacadista também quase quebraram a marca de R$ 5 bilhões: o resultado foi de R$ 4,99 bilhões, o que representou um crescimento de 9% sobre 2007. Mas os números mostram que a concorrência apertou. As despesas com promoções aumentaram de R$ 29,8 milhões em 2007 para R$ 43,3 milhões no ano passado.

 

Na rubrica dividendos e juros sobre o capital próprio distribuídos aos acionistas, a subsidiária brasileira também foi generosa com seus controladores: o valor desembolsado, que havia sido de R$ 1,5 milhão e
m 2007, cresceu para R$ 12,5 milhões em 2008.

 

Veículo: Valor Econômico


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