De propriedade da francesa Pernod Ricard, a vinícola Almadén, que no passado chegou a vender 1,100 milhão de caixas de vinho (seis litros) - número que caiu para os atuais 300 mil caixas -, tornou-se alvo das duas maiores vinícolas brasileiras: a Salton e a Miolo. As vendas atuais da Almadén são da ordem de R$ 20 milhões anuais, estimam fontes do mercado.
A Salton se mostra disposta a fazer uma oferta para adquirir a Almadén, instalada em Santana do Livramento (RS).
A empresa alega, porém, que a Almadén ainda não mostrou interesse em ser vendida. A Miolo também está de olho no mercado e afirma que a Almadén é uma marca que "interessaria à empresa". Ambas as empresas negam ter conversado com a francesa sobre tal operação.
Por enquanto, avisou o diretor comercial da Salton, Wagner Ribeiro, que a Pernod não fez nenhum sinal para vender a Almadén. Fontes do mercado asseguram, entretanto, que há tempos o grupo francês demonstra interesse em vender a Almadén.
"Quando a empresa [Pernod] demonstrar interesse em vender [a Almadén], a compra dela entraria na pauta dos planos de crescimento da Salton", respondeu Ribeiro, quando questionado se a compra da Almadén estaria dentro dos planos de crescimento de 20% da Salton em 2009. A concorrência também nega: "A Miolo sempre está interessada em fazer bons negócios, mas ela não foi cogitada para a compra da Almadén, que é uma marca que nos interessa", disse o diretor nacional de vendas da Miolo, Marcio Bonilhia.
Com previsão de faturar R$ 200 milhões em 2009, a Salton, que opera com plena capacidade instalada, prevê crescer 20% este ano na produção e nas vendas sobre o ano passado. Essa é a previsão do mercado de vinho. A Miolo prevê faturar 20% mais este ano e atingir receita entre R$ 85 e R$ 90 milhões - e produzir 1,4 milhão de caixas de seis unidades de vinho.
A produção total da Salton é de seis milhões de caixas, dos quais três milhões são de vinho e três, de conhaque da marca Presidente.
Para atingir a meta de crescer 20%, a Salton investirá R$ 8 milhões este semestre: R$ 1 milhão na aquisição de quatro tanques (autoclaves) usados na segunda fermentação dos espumantes; e R$ 6 milhões ou R$ 7 milhões na compra de equipamentos para instalar uma nova linha de engarrafadora. O alvo é aumentar a área de espumantes, que têm caído no gosto do brasileiro.
Veículo: DCI