Para evitar confusões com a vinícola gaúcha homônima, a importadora de alimentos e destilados Aurora decidiu criar um nome para sua recém-aberta divisão de vinhos. Batizou de Inovini a nova frente que deve faturar R$ 30 milhões em quatro anos. "As duas empresas não têm nada a ver, mas muita gente confunde. E como vamos estar mais presentes na área, achei melhor estabelecer a diferença", explica Alberto Jacosberg, presidente da empresa.
Há 63 anos no mercado e atuando com marcas fortes como a pimenta Tabasco, os chocolates Lindt e a tequila José Cuervo, a Aurora teve de buscar profissionais na concorrência para a nova empreitada. " Já estamos no mercado com alguns rótulos, mas era preciso montar uma equipe especializada e um portfólio adequado." O foco da Inovini, diz ele, não será vinhos de grande volume, mas produtos na categoria média-alta, faixa que concentra as melhores relações qualidade-preço. Ou seja, rótulos que variam de R$ 40 a R$ 200. "São vinhos mais simples de grandes produtores, além de varietais de castas menos conhecidas e de regiões ainda pouco exploradas. O Brasil já tem muitos vinhos clássicos." Com este perfil vai concorrer com importadoras como Decanter, Zahil, Grand Cru e Adega Alentejana. "Mas não vamos vender para consumidor final. Só para restaurantes, empórios e delicatessens."
Entre os produtores que chegam estão Nino Franco, com o prosecco Rústico; duas linhas de José Maria da Fonseca, que estavam com a Diageo, a José de Souza e os moscatéis de Setubal; e o siciliano Cusumano, que veio da Expand. "A dança das cadeiras do mercado abriu muitas possibilidades", diz Jacosberg, sobre o grande número de produtores que estão trocando de representes no Brasil. Do antigo e restrito portfólio, a Aurora vai preservar os rótulos Los Vascos, os da Mondavi, da Porto Ferreira, de Louis Latour, da Royal Tokay e Tio Pepe. Com estas marcas, a importadora já faturava R$ 10 milhões. A empresa em geral cresceu 16% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2008, e deve bater 15% de julho a dezembro. "Sou um otimista e fiquei impressionado como o real se valorizou rápido. "
Veículo: Valor Econômico