A Miolo Wine Group está usando recursos próprios e financiamento bancário na aquisição da vinícola Almadén, de Santana do Livramento (RS), controlada pela francesa Pernod-Ricard, segunda maior destilaria do mundo. "Ainda estamos em tratativas com instituições financeiras, por isso não é possível dizer qual parte será paga com recursos próprios e que parte virá de financiamento do mercado", diz Adriano Miolo, diretor-superintendente da Miolo. O valor do negócio, que será avaliado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), continua sob sigilo.
"Iniciamos as negociações com a Pernod em julho do ano passado", diz. "Foi mais de um ano de estresse e de avaliação complexa de todos os ativos envolvidos. Mas valeu muito a pena", conclui o executivo.
Com a aquisição, a Miolo Wine Group, que tinha 575 hectares de área de vinhedos cultivada, passa a ser dona de 1150 hectares, uma vez que da área total de 1200 hectares que pertenciam à Almadén, 600 eram vinhas. "Para ter expressão entre os produtores de vinho do chamado Mundo Novo é preciso ter pelo menos 1000 hectares de área plantada. Por isso a aquisição é importante para o grupo. Com ela, praticamente dobramos de tamanho e conseguimos um crescimento que, organicamente, levaria seis anos para acontecer."
A Miolo Wine Group faturou R$ 71,5 milhões no ano passado, sendo US$ 2,34 milhões provenientes de exportação. Com a Almadén, as vendas anuais do grupo chegarão a R$ 100 milhões. Segundo dados Nielsen divulgados pela empresa, a Almadén tinha até o fim do primeiro semestre 15% das vendas em volume do mercado nacional de vinhos finos. A Miolo era dona de 25% do mercado. Aurora e Salton tinham cerca de 20% e 10%, respectivamente.
Veículo: Valor Econômico