AB InBev capta mais com venda de ativos e emissões do que com cerveja

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Bebidas: Para pagar a compra da Anheuser-Busch, companhia já arrecadou US$ 23 bilhões

 

A AB InBev já conseguiu mais dinheiro este ano se desfazendo de ativos e emitindo bônus no mercado financeiro, para pagar a compra da Anheuser-Busch, do que vendendo cerveja - pelo menos em relação ao seu faturamento registrado no primeiro semestre.

 

Com o acordo de venda da Central European Operations, divisão que reúne cervejarias em nove países da Europa Oriental, fechado ontem com a CVC Capital Partners, AB InBev chega a US$ 23 bilhões captados desde o início do ano.

 

O montante é maior do que os US$ 17,6 bilhões que a AB InBev faturou com cervejas no primeiro semestre. Se no terceiro trimestre do ano o faturamento for semelhante ao acumulado entre abril, maio e junho (US$ 9,5 bilhões), mesmo assim as somas não estariam tão distantes uma da outra. A venda de cerveja totalizaria US$ 27,1 bilhões - 15% a mais que os US$ 23 bilhões captados até o momento.

 

A empresa, que há 11 meses contratou financiamento de US$ 54,8 bilhões para comprar a fabricante da Budweiser, já usou US$ 16,8 bilhões para pagar uma parcela de US$ 7 bilhões e os US$ 9,8 bilhões do empréstimo-ponte (ver quadro). Em 10 de novembro, terá outra parcela para pagar, de US$ 12 bilhões. Parte do dinheiro da venda das cervejarias europeias à CVC poderá ser usado para esse pagamento. Pelo acordo, a AB InBev receberá US$ 2,2 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhão em dinheiro e o restante em títulos e participações acionárias.

 

Esse negócio poderá render US$ 800 milhões adicionais, conforme o retorno que a CVC tiver com o investimento. As duas companhias concordaram em dar à AB InBev o direito de preferência em readquirir os ativos caso a CVC decida vendê-los. Além disso, na terça-feira à noite, a cervejaria havia anunciado a emissão de US$ 5,5 bilhões em bônus, que conforme nota da companhia, "serão usados em sua maior parte para o pagamento do financiamento."

 

Mas, antes mesmo de anunciar as duas transações, AB InBev já tinha reunido recursos que somavam R$ 13,9 bilhões, provenientes de outras emissões financeiras e da venda de parte da cervejaria chinesa Tsingtao, da totalidade da Labatt USA, da Oriental Brewery da Coreia, da marca Tennetnt's e seus ativos, além das fábricas de latas e dos parques temáticos que eram da Anheuser-Busch.

 

O desempenho de boa pagadora tem merecido elogios dos analistas. Embora concordem que ainda falta boa parte do empréstimo para ser paga, é consenso que o pior já passou. "A AB-InBev não precisa vender mais nada. Daqui para frente, vale o ditado: dívida não se paga, se administra", diz um analista da Sanford C. Bernstein, de Londres.
 


Veículo: Valor Econômico


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