Vírus golpeia produção chilena e preço do salmão dispara

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Os preços do salmão estão disparando, afetados pela forte queda na oferta mundial provocada por uma doença que derrubou a produção chilena. Desde o início do ano, os preços no atacado do salmão atlântico, produzido na Noruega, subiram 20,6%, segundo a agência de estatísticas do país nórdico. A elevação ampliou uma onda de alta que já dura um ano e fez os preços do produto subirem 32,5%, para 37 coroas norueguesas (US$ 6,33) por quilo. Especialistas do segmento dizem que o aumento será repassado ao preço que os consumidores pagam pelo peixe.

 

A produção de salmão atlântico do Chile foi golpeada por um vírus que causa a Anemia Infecciosa do Salmão (AIS), que emergiu em 2007. A doença, que não afeta humanos que eventualmente consumam o peixe, mata o salmão ao atacar suas células vermelhas. "O Chile, que era o segundo maior produtor de salmão, viu sua produção recuar mais de 75% em dois anos", afirmou Aslak Berge, da First Securities, na Noruega. "Durante o auge da produção em 2008, o Chile vendeu 403 mil toneladas, mas estimamos vendas de 90 mil toneladas neste ano."

 

A Noruega, maior produtor mundial de salmão, teve de ocupar o vazio. Em 2008, foi responsável por cerca da metade do volume mundial, de 1,5 milhão de toneladas, de salmão atlântico. A fatia deverá aumentar para perto de 70% em 2010. Canadá e Reino Unido, que juntos detêm 20% do mercado, também deverão ver um salto em suas participações. "Nunca vimos uma queda anual na oferta mundial e isso está ocorrendo em um mercado em que a disposição para pagar está aumentando", disse Sjur Malm, analista da SEB Enskilda, na Noruega. "Estimamos baixa de 6% na produção mundial, na comparação anual."

 

O setor cresceu fortemente nos últimos anos, com o aumento na produção permitindo que os preços do peixe, antes considerado um luxo, caíssem para um nível acessível a mais consumidores. A alta na demanda e nos preços levou as ações da norueguesa Marine Harvest, maior produtora de salmão em cativeiro, a subir mais de 400% desde janeiro de 2009. Analistas, contudo, acreditam que os preços do salmão voltarão a recuar em 2011 e 2012, com a recuperação da produção.

 

Grupos ambientalistas acusam a indústria de salmão chilena de sobrecarregar as jaulas flutuantes usadas como viveiros e de usar muitos produtos químicos. Especialistas dizem que, no futuro, o salmão terá de criado em densidade muito menor no Chile.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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