O desempenho especialmente positivo do setor de carnes se reflete nos negócios da indústria de máquinas e equipamentos. Empresários do ramo prevêem um acréscimo de 20% no faturamento em 2008, em comparação com o ano passado. Para 2009, a tendência é de permanência da trajetória de crescimento. "O mercado vive um bom momento e o Brasil está no centro desse fenômeno", afirma o superintendente da Brazil Trade Shows (BTS), empresa organizadora da Tecnocarne em São Paulo e da Mercoagro em Chapecó (SC), Marco Antônio Mastrandonakis.
O assessor especial da Sadia, Vincenzo Mastrogiacomo, afirma que 40% a 50% dos investimentos em novos frigoríficos são em equipamentos. "Para montar um abatedouro de frangos, por exemplo, é preciso no mínimo R$ 100 milhões em maquinário", afirma. O executivo, que foi membro da comissão central organizadora (CCO) da Mecoagro, feira que ocorreu na semana passada em Chapecó, ressalta o crescente investimento na indústria de carnes no Brasil e o ingresso dos grandes grupos internacionais País, como o Tyson Foods, que anunciou na semana a aquisição de três empresas avícolas brasileiras, duas delas em Santa Catarina. "O Brasil se destaca no mundo por ter área para plantar, produção recorde de aves, suínos e bovinos e fornecedores com produtos da mais alta tecnologia", diz.
Segundo Marco Antônio Mastrandonakis, a edição da Mercoagro deste ano mostrou que os contratos internacionais de vendas ficaram inabalados com a crise nas bolsas de todo o mundo. Durante os quatro dias do evento foram fechadas transações da ordem de US$ 150 milhões. Outros US$ 200 milhões foram agendados para os próximos seis meses. Mastrogiacomo diz que 55% dos negócios envolveram o mercado interno e 45% compradores de países visitantes. Máquinas, equipamentos e implementos representaram cerca de 70% das vendas.
A proprietária e gerente comercial da Frinox Equipamentos Industriais, de Chapecó, Lurdes Weirich, afirma que geralmente não fecha contratos com os compradores durante as feiras, mas nesta edição da Mercoagro vendeu todos os equipamentos expostos, o que somou mais de R$ 600 mil em produtos. A Frinox fabrica máquinas para abate de aves, que abrem e limpam moelas e depenadeiras. A empresa está há quatro anos no mercado, faturou R$ 12 milhões em 2007 e neste ano vai dobrar a receita. "Lançamos a Frinox na Tecnocarne em 2004 e hoje vendemos para todo o Brasil, para Sadia, Cargil e Perdigão, entre outros pequenos clientes, e no exterior, na Venezuela, Paraguai e Argentina", diz Weirich. Durante a feira, a empresa fechou contratos com clientes do sul da Europa e, segundo a empresária, a meta é atingir 20% do faturamento com exportações até 2010.
A High Tech Equipamentos Industriais, de Chapecó, que produz equipamentos para frigoríficos prevê faturamento de R$ 20 milhões em 2008, 20% superior ao do ano passado. Segundo o diretor Geral da High Tech, Gerson Maffi, do faturamento total, 20% é exportado.
Veículo: Gazeta Mercantil