Argentina pode ficar sem carne por protesto de trabalhadores do setor

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Trabalhadores da indústria da carne argentina anunciaram ontem que vão iniciar um bloqueio por tempo indeterminado ao maior mercado de gado do país para exigir o pagamento de um subsídio que compense a redução de horas de trabalho dos empregados.

 

O país é um dos maiores exportadores mundiais de carne e os argentinos comem mais carne per capita do que qualquer outro povo no mundo, mas a indústria local teve perdas nos últimos meses causadas por uma queda acentuada no número de cabeças de gado enviadas para abate.

 

Os pecuaristas dizem que isso se deve à redução no tamanho do rebanho nacional, fato que atribuem às políticas governamentais que levaram alguns produtores a vender animais e arrendar suas terras para cultivos que dão mais lucro que a pecuária, como a soja. Trabalhadores da indústria da carne carregando faixas e bandeiras se reuniram diante do Mercado de Liniers.

 

"O protesto começa agora e será por tempo indeterminado", disse Alberto Fantini, secretário-geral da Federação Gremial do Pessoal da Indústria da Carne, que tem 60 mil membros. "O objetivo é assegurar que os trabalhadores da indústria de processamento da carne possam obter os subsídios que lhes foram prometidos pelo Estado e pelas empresas", afirmou ele aos repórteres, diante do mercado, acrescentando que muitas empresas não enviaram os documentos necessários.

 

As indústrias da carne têm estoque substancial e os negociantes de gado dizem não esperar que haja escassez nos açougues do país, a não ser que os protestos se estendam por tempo demasiado.

 

"Não haverá escassez de carne, pelo menos não imediatamente. Isto deve durar por duas ou três semanas", disse um negociante do produto, acrescentando que na manhã de segunda-feira houve entrega normal de gado no mercado de Liniers.

 

O número de abates caiu 22,5% até maio, comparado com o mesmo período de 2009, segundo o grupo industrial CICCRA, fato que levou o governo a limitar as exportações na sexta-feira. Com menos animais enviados ao mercado, várias indústrias da carne reduziram o horário de trabalho dos empregados. Para compensar as perdas nos salários, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou um subsídio em maio, mas a indústria da carne diz não ter recebido ainda o dinheiro.

 


Veículo: DCI


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