Carne de pato: Para crescer, Villa Germania se associa a Mercatto

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Líder nacional no abate e comercialização de patos e com exportações para países da África e Ásia, a Villa Germania, com sede em Indaial, no Vale do Itajaí catarinense, prepara-se para entrar no mercado europeu.

 

O investimento de R$ 30 milhões previsto na ampliação da planta e certificação de produtos para a entrada na Europa é o próximo passo da empresa que fechou este mês a venda de 40% do seu capital para a Mercatto Investimentos. As empresas não revelaram o valor da transação. O diretor da Villa Germania, André Grützmacher, reforça que o negócio vai garantir o aporte para o investimento de R$ 30 milhões na empresa.

 

Em 2009, a Villa Germania faturou R$ 20 milhões e projeta, para este ano, atingir R$ 28 milhões em receita. Com a venda, Grützmacher e o sócio Marcondes Aurélio Moser vão manter 30% do capital da empresa. A Kaefer Agro industrial, empresa do Grupo Globoaves que faz parte do negócio desde 2005, também terá 30%. Outros 40% ficam com a Mercatto Investimentos.

 

Segundo Grützmacher, o projeto prevê a ampliação da capacidade de abate dos atuais 7,5 mil aves por dia para 25 mil patos diariamente. O processamento de frango caipira, galinha d'angola e coelho devem ser suspensos em um prazo de seis meses. A intenção é focar na carne de pato ou marreco, como é conhecido em algumas regiões.

 

"Vamos manter os outros produtos para garantir o mix e atender os nossos clientes, mas a intenção é só abater patos", diz Grützmacher. De acordo com ele, estão sendo estudadas algumas parcerias com frigoríficos locais para o abate dos outros animais. A Villa Germania vai ficar responsável pela marca e a comercialização dos produtos.

 

A venda para a Mercatto Investimentos vai permitir à Villa Germania retomar o processo de exportação para um dos mercados com maior potencial de consumo. Em 2004, a empresa iniciou o processo de certificação para exportações. Mas a crise no mercado de aves, em 2006, adiou os planos de Grützmacher de chegar à Europa.

 

Hoje, o mercado externo responde por 60% do faturamento da Vila Germania. No Brasil, onde estão 40% das vendas, os negócios estão divididos entre restaurantes, distribuidores e supermercados, cada segmento com um terço das vendas.

 

Fora do país, o Japão é o grande destino de peito e coxas desossadas. Para o Oriente Médio, embarcam aves inteiras, sem miúdos, congeladas. Na Europa, a Vila Germania quer atender com ambos os tipos de produtos.

 

A diferença entre o consumo de carne de pato na Europa e no Brasil é gritante. Enquanto o brasileiro consome 21 gramas em média, por ano, o europeu consome dois quilos. O consumo tímido revela um potencial para a carne de pato no mercado interno. Grützmacher diz que as vendas para o mercado interno dobraram de 2009 para 2010. A intenção para atrair a atenção maior do consumidor brasileiro é criar facilidades. "Vamos investir em uma linha nova de patês e de pratos prontos, que deve ser lançada em 2011", diz.

 

O projeto de ampliação prevê aumento no número de produtos integrados da Villa Germania. Hoje, a empresa importa as matrizes de pato de pequim e pato mullard. Os ovos são produzidos em Santa Catarina e, recém-nascidos, os patos são repassados para os 45 integrados.

 

As propriedades ficam no Planalto Norte Catarinense, onde a Villa Germania mantém uma fábrica de ração. Com cerca de 45 dias, as aves estão prontas para o abate. Dentro do projeto de expansão, o número de integrados deve saltar para 120 quando a planta estiver com capacidade para abater 25 mil aves por dia.
 

 

Veículo: Valor Econômico

 

 


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