Búfalos têm mercado cativo

Leia em 3min 40s

Bons preços devem ajudar na manutenção do nível de crescimento da atividade no Estado.

 

A bubalinocultura em Minas Gerais deve apresentar expansão de 5% em 2010, frente o crescimento registrado ao longo do ano passado. Com base nos dados da vacinação do rebanho bubalino contra aftosa, realizado em maio deste ano, o Estado possui aproximadamente 822 criadores e conta com um plantel composto por cerca de 38 mil cabeças. Nos últimos 10 anos, o índice de crescimento está acumulado em 10%.

 

Os bons preços de mercado, tanto para a carne como para o leite, são os principais fatores que devem ajudar na manutenção do nível de crescimento da atividade no Estado. A perspectiva é que o segmento apresente crescimento de pelo menos 5% ao ano.

 

O aumento do plantel em Minas se deve, principalmente, à valorização do leite de búfala, que possui maior valor de mercado e de compostos sólidos que são utilizados para a produção derivados como os queijos.

 

De acordo com o presidente do Conselho Técnico Deliberativo da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB) e diretor da Associação Mineira de Bubalinocultores (AMB), Eduardo Bastianetto, enquanto os preços do litro de leite bovino estão na média de R$ 0,80 em Minas Gerais, o de leite de búfala fica entre R$ 1,10 e R$ 1,30, sendo que os custos de produção giram em torno de R$ 0,70 por litro de leite. O queijo e seus derivados giram entre R$ 25 e R$ 30.

 

"A criação de búfalos é uma atividade rentável e está pulverizada em Minas Gerais. A principal vantagem é que a demanda pelos produtos originário dos búfalos, como queijos, leite e carne, ainda é superior à oferta, o que garante a formação de preços que trazem lucro aos produtores", disse.

 

Rendimento - O rendimento do litro de leite de búfala chega a ser cerca de 50% superior ao leite de origem bovina. Com cinco ou seis litros de leite é possível produzir cerca de 1 quilo de queijo, enquanto com o leite de gado normal são necessários entre 10 litros a 11 litros para se produzir a mesma quantidade.

 

O leite de búfala é rico em proteínas e seu teor de colesterol é baixo. A muçarela de búfala é considerada o principal produto do setor, apresentando crescimento constante em relação ao consumo. No caso da carne do búfalo, além de mais saudável, é considerada saborosa, o que tem despertado o interesse de muitos restaurantes.

 

Além da valorização maior dos produtos de origens bubalinas, a atividade também possui grande facilidade no manejo e apresenta custo inferior ao gado bovino. A rusticidade da espécie permite ao criador utilizar quantidades mínimas de medicamentos, o que garante um produto praticamente isento de resíduos químicos.

 

Outra vantagem da espécie é a maior resistência às mudanças climáticas. Os búfalos não sofreram tanto em função da boa resistência às situações que afetam o gado convencional como a longa estiagem, por exemplo. A taxa de fertilidade dos animais supera 95%, com baixíssimo índice de mortalidade nos animais novos. A vida produtiva é longa, podendo alcançar entre 10 e 15 anos.

 

A produção de carne de búfalos nos últimos anos vem passando por grandes modificações desde os conceitos de produção animal e melhoramento genético, até aqueles relacionados à identificação, caracterização e garantia de qualidade da carne. Por ser rica em proteína com textura macia e baixo nível de colesterol e gordura, a demanda pelo produto proveniente, principalmente, de restaurantes é crescente.

 

Outra vantagem é que os búfalos são animais mais dóceis e rústicos que os bovinos, além de se alimentarem de qualquer tipo de vegetação, como capim e cana-de-açúcar.

 

O baixo custo de produção e as facilidades de adaptação do gado são fatores que tornam a criação de bufalinos um bom negócio para os pequenos produtores. A cada quilo de ração consumida são gerados 12 litros de leite. Sendo que no caso dos bovinos seriam necessários cerca de cinco quilos de ração para produzir o volume equivalente.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Seara lança peru natalino

Ampliando seu portfólio e deixando sua linha de produtos festivos mais completa, a Seara Alimentos, empresa do gr...

Veja mais
Governo limita pesca de sardinha e lagosta

País já tem sistema de monitoramento da frota via satélite e coleta de dados em barcos por observad...

Veja mais
Sadia lança 2 versões de peru

A Sadia incrementa a linha Peru Sadia a partir de novembro, com a versão Sabor Manteiga com Ervas, vendido no Pa&...

Veja mais
Peixes: Sob risco de colapso

No mundo, 70% das espécies comerciais estão com estoques baixos; no Brasil, índice chega a 80% no S...

Veja mais
Carne no varejo

Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) mostra que a diferença entre o pre&cc...

Veja mais
Demanda alta pressiona preços

Oferta de animais com peso ideal para abate esteve reduzida ao longo do mês passado.   Os preços do ...

Veja mais
Brasil pode exportar carne bovina para a Argentina

A Argentina, a quinta maior produtora de carne bovina e o sexto país no ranking das exportações mun...

Veja mais
Carne bovina mais cara ao consumidor

Arroba do boi tem preço recorde em todo o estado, R$ 101,35, graças à baixa oferta do animal nos pa...

Veja mais
Paraná vai avançar na produção de caprinos e ovinos

De olho no aumento do consumo de proteínas no mundo, o Estado do Paraná pretende estimular o incremento da...

Veja mais