Santa Catarina exportará mais de 40 mil t de suínos aos EUA

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Os produtores de carne suína do Estado de Santa Catarina esperam exportar nos próximos três anos mais de 40 mil toneladas do produto para os Estados Unidos. Ontem o Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (Aphis), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicou uma medida que liberou o status do estado e o adicionou à sua lista de regiões reconhecidas como livre de doenças.

 

Em princípio, as exportações devem começar em período de testes apenas em 2011. Agora terá início um processo de habilitação dos frigoríficos catarinenses aptos a exportar para o país americano. Segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), em 2011 as exportações devem atingir a marca de 10 mil toneladas de carne de suínos. "Podemos ter um volume ainda pequeno de exportações em 2011, mas isso vai depender das empresas se habilitarem, e ficarem aptas para isso. Ano que vem será um teste para o setor no estado catarinense, para ver quais os cortes serão competitivos, porque o Brasil não vai exportar tudo", afirma Neto.

 

Para ele, cortes como a costelinha e derivados como o bacon, devem liderar o volume de exportações. "O preço da carcaça no Brasil está igual ao preço dos EUA, o que significa que não iremos exportar esse tipo de produto, pois sai mais caro em função do frete. Então podemos exportar algum corte que às vezes não tem muito mercado aqui, como a costelinha e o bacon, mas que lá vendem muito bem", garantiu.

 

Em nota, a Aphis comunicou que essas ações vão permitir a atualização do status de Santa Catarina quanto à aftosa e outras doenças, enquanto continuarão a proteger os Estados Unidos da introdução dessas enfermidades, ao fornecer exigências adicionais para a importação de suínos vivos, carne suína e derivados, ruminantes vivos e seus derivados.

 

O produtor catarinense, por sua vez, ainda vê o acordo com certo receio, dado o resultado obtido nos últimos anos. A informação é de Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores Suínos (ACCS). "Por conta dos últimos anos os produtores de Santa Catarina ainda estavam um pouco assustados e desacreditados que a suinocultura voltaria a ser rentável. Somente neste ano o setor voltou a ter esperanças, com a alta dos preços", disse.

 

Para ele, os produtores também farão análises em 2011 para somente então voltarem a investir tanto em novas tecnologias, quanto no aumento da produção, que este ano deve fechar em linha com o ano passado que produziu aproximadamente 600 mil toneladas de carne suína. "Mesmo com essa novidade, os produtores irão precisar desse tempo para perceber se é uma tendência. Acredito que ano que vem o aumento na produção não supere 10% e, se tudo der certo, em 2012 teremos um aumento muito maior que isso", contou Lorenzi.

 

Além disso, ambas as associações concordaram que conquistar a confiança dos Estados Unidos pode ser um passo muito importante para atrair tanto países da União Europeia, quanto da Ásia. "É certo que esses mercados também irão se abrir para Santa Catarina, já que eles estavam na expectativa da resposta americana e o que os EUA decidissem eles seguiriam", afirmou Lorenzi, que emendou: "os EUA servem de modelo conceitual para exportações de todo o mundo, então se nós vendemos para eles, muitos outros ficarão interessados", finalizou a ACCS.

 

O presidente da Abipecs explicou que o anúncio ajuda a dar credibilidade para a sanidade animal no Brasil, e Santa Catarina, em particular, "podendo acelerar o processo de abertura de importantes mercados na Ásia e Europa, como Coreia do Sul, Japão e Itália", disse Pedro de Camargo Neto.

 

Atualmente, a Rússia, que já restringiu a importação de carnes tanto de suínos, quanto de frango de diversos países, para tentar alavancar a sua produção interna, continua liderando com folga o volume de importações de carnes suínas oriundas do Brasil, com mais de 165 mil toneladas, seguida por Hong Kong com 62 mil, Ucrânia (27 mil toneladas), e Argentina, com 21 mil toneladas do produto, segundo dados da Abipecs deste ano.

 

Os suinocultores catarinenses querem exportar em três anos mais de 40 mil toneladas aos EUA. Ontem, o governo americano reconheceu o estado como livre de doenças.

 

Veículo: DCI


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