Exportação de carne bovina dispara e deve bater recorde

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Com a previsão de bater os recordes, tanto em receita cambial, quanto em volume exportado em 2011, as exportações de carne bovina no Brasil alcançaram uma receita 16% maior em 2010, saltando de US$ 4,118 bilhões visto em 2009, para US$ 4,795 bilhões no ano passado. Já em relação aos volumes houve redução de 3% nos embarques, passando de 1,924 milhão de tonelada equivalente carcaça (Eq.C) em 2009 para 1,864 milhão de tonelada em 2010. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

 

Apesar de uma receita maior, o setor de bovinos não superou o recorde histórico visto em 2008, quando o País obteve a receita cambial de US$ 5,325 bilhões e um volume muito inferior ao registrado em 2010 de 1,383 milhões de toneladas. Para o presidente da associação, Antonio Jorge Camardelli a principal razão para o crescimento da receita no ano passado foi o aumento de 18% nos preços praticados no ano. Em 2009, a média de preços por tonelada era de US$ 3,3 mil. Já em 2010 a média saltou para US$ 3,8 mil. "Apesar dos problemas climáticos que afetaram as pastagens e o cambio, que atrapalhou os embarques de carne também, nós tivemos um bom ano, pois mantivemos os mercados que já atuávamos e ainda crescemos em outros", disse ele.

 

A Rússia se manteve como a maior importadora de carne brasileira, respondendo por 26% do total exportado pelo País, com US$ 1.023,430 bilhão, crescimento de 12% ante 2009 (US$ 910,651 milhões). O Irã obteve o maior crescimento em receita, 140%, passando de US$ 335 milhões para, US$ 807 milhões.

 

A surpresa deste ano foi o Egito que saltou de US$ 200 milhões, para US$ 409 milhões, crescimento de 104%, superando o antigo terceiro colocado Hong Kong, que obteve uma queda de 25%. "Com a dissipação dos efeitos da crise econômica global, os resultados voltam a aparecer. O melhor é o setor conseguir manter os mercados que já atuava e obter crescimento. O melhor exemplo é o Egito, que já é o terceiro maior importador do Brasil", comemorou Camardelli.

 

Para 2011, o presidente acredita na quebra de recordes tanto em volumes quanto em receita. A previsão é que o Brasil atinja a marca de 2 milhões de toneladas de carne bovina exportada, ante as 1,9 milhão vista em 2009, ano do recorde. "Devido aos problemas vistos na Austrália e na Argentina, que são nossos principais concorrentes, e a capacidade de produção brasileira, que pode ser expandida rapidamente, tanto em qualidade quanto em quantidade estamos otimistas com este ano. Então seguramente chegaremos a marca de 2 milhões de toneladas exportadas", afirmou em entrevista exclusiva ao jornal DCI.

 

Já em relação a receita cambial a expectativa é de um crescimento superior a 10%, o que superaria a marca de US$ 5,3 bilhões vistos em 2008, considerado melhor ano na história do setor. "O momento atual é de harmonização de preços e o binômio preço e pacote tecnológico, aliado à autogestão, são ferramentas propícias. A expectativa para este ano é bater os valores obtidos em 2008, porque partindo do pressuposto que tivemos um grande resultado, mesmo indo contra as adversidades vistas em 2010, como o cambio, e o problema de oferta. Veremos resultados ainda mais positivos neste ano", garantiu.

 

O presidente ainda reafirmou que a associação focará este ano em alguns países importantes que consomem pouca carne brasileira, como é o caso da China, do Marrocos e de Cuba.

 


Veículo: DCI


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