Na avicultura câmbio é vilão

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Se dólar continuar em baixa, há risco de mercado interno ficar superabastecido



Mesmo pujante, a avicultura brasileira, detentora de 42% das exportações mundiais de frango, também sofre com a alta dos grãos. Assim como na suinocultura, o milho e a soja correspondem a mais de 70% da alimentação dos frangos.

 

Nos patamares atuais, a indústria trabalha no limite. "Hoje o custo de produção e o valor pago no mercado pelo quilo do frango abatido estão equivalentes: cerca de R$ 1,80", diz o presidente da Associação Paulista de Avicultura, Érico Pozzer.

 

Segundo ele, caso a cotação do dólar continue baixa (esta semana chegou a R$ 1,68) pode haver redução nas exportações e o preço no mercado interno ficar ainda mais pressionado, abaixo dos custos de produção.

 

O dirigente enxerga riscos caso esse cenário se mantenha. "Quando o capital de giro da indústria acabar e o consumidor, em meados de agosto substituir a carne bovina pela de frango, o preço vai ultrapassar os R$ 4", prevê.

 

Para o presidente da União Brasileira da Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, o momento atual não chega a figurar como uma crise no setor. "Não se trata de um fenômeno brasileiro. A alta dos alimentos é um problema mundial. Por outro lado, com mais renda as pessoas vão consumir mais proteínas e teremos um ano bom, apesar do aperto que vivemos atualmente".

 

Ele frisa que as dificuldades são conjunturais e não se trata de incentivar ou desestimular um ou outro setor. Porém, opina que este ano o governo não precisa intervir no setor de grãos com prêmios para exportação, como fez no ano passado, reduzindo o estoque de passagem da entressafra, o que, de certa forma, ajudou a elevar os preços.



Veículo: O Estado de São Paulo


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