Argentinos suspendem ato contra suínos brasileiros

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A Federação Agrária Argentina (FAA) anunciou a suspensão das manifestações que havia programado para ontem para protestar contra a entrada de carne suína brasileira no país. Os produtores, que há poucas semanas ameaçavam bloquear na fronteira a passagem de caminhões com esse produto, ressaltaram que o cancelamento dos piquetes nas estradas será "temporário". Segundo os produtores argentinos, o país está sendo alvo de uma invasão de carne suína brasileira, que está prejudicando a recuperação que o setor teve nos últimos dois anos.

 

A FAA anunciou que o cancelamento dos protestos foi decidido depois que o Ministério da Agricultura e os frigoríficos instalados na Argentina comprometeram-se a "moderar" a importação de carne suína (principalmente polpa) brasileira. Além disso, na reunião, da qual participou o vice-ministro da Agricultura, Lorenzo Basso, também comprometeram-se a ajudar os pequenos e médios produtores argentinos para "melhorar os níveis de oferta".

 

No entanto, a federação destacou que, se daqui a 15 dias não surgirem resultados concretos, serão retomados os planos de piquetes contra a entrada de produtos suínos brasileiros.

 

A federação afirma que o país está sofrendo uma invasão de polpa suína brasileira. Segundo os dados que exibe, a importação nos primeiros dois meses deste ano teria sido de 11 mil toneladas (80% a mais do que no mesmo período de 2010).

 

Eduardo Buzzi, líder da FAA, uma das mais combativas associações ruralistas do país, acusa o governo da presidente Cristina Kirchner de permitir o que denominou de um "porcoduto" do Brasil para a Argentina que "está liquidando os pequenos e os médios produtores suínos". Buzzi é famoso por sua capacidade de mobilização desde que, entre 2008 e 2099, foi um dos principais protagonistas dos protestos ruralistas contra o governo Kirchner.

 

Mas, apesar das reclamações argentinas sobre os aumentos registrados no início deste ano, a presença dos produtos suínos brasileiros no mercado local está encolhendo. Segundo disse ao Estado a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o peso desse produto proveniente do Brasil no mercado da Argentina caiu de 79% em 2009 para 71% em 2010.

 

 

Veículo: O Estado de S. Paulo


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