Oferta justa eleva preço da arroba do boi

Leia em 2min 20s

A arroba do boi gordo passou de novo, na última semana, a casa dos R$ 100 no mercado paulista. Os preços voltaram a ficar firmes, depois de um período de pressão entre maio e junho, por conta da entressafra e do ainda pequeno volume de animais de confinamento entrando no mercado, de acordo com analistas.

 

Em março, a arroba chegou aos R$ 104 no interior de São Paulo, lembra Alex Lopes, analista da Scot Consultoria. No entanto, a queda das temperaturas entre maio e junho prejudicou as pastagens e levou pecuaristas a desovarem animais. "Houve uma bolha [de oferta]", afirma.

 

Agora, segundo Lopes, acabou o animal de pasto e o volume de bois confinados não deve crescer como se esperava. "Deve haver um aumento em relação ao ano passado, mas não tão expressivo", comenta Lopes.

 

No primeiro semestre, a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) estimou avanço de 30% a 31% no confinamento em 2011 sobre o ano passado. Em 2010, o grupo de cerca de 60 pecuaristas ligados à Assocon ofertou 1,99 milhão de bois para abate.

 

Mas o presidente da Assocon, Eduardo Alves de Moura, reconhece que o crescimento de 30% a 31% no país não deve se concretizar. Diz, porém, que ainda é difícil estimar um novo número. Para o dirigente, apenas o Mato Grosso tem potencial para um aumento da ordem de 30%, pois há confinamentos novos no Estado e as pastagens locais sofreram muito por causa da seca e da morte súbita do capim.

 

A razão para o confinamento crescer menos que o previsto é principalmente a alta dos custos de produção. "O custo do milho aumentou muito e o grão tem um peso muito grande no confinamento", afirma Moura. Ele acrescenta que os preços do boi magro para reposição também subiram.

 

Segundo Nádia Alcântara, da consultoria Informa Economics FNP, enquanto um boi magro era negociado a R$ 1.044 em julho do ano passado, atualmente está entre R$ 1.100 e R$ 1.200. Ela acrescenta que há oferta de animais confinados no mercado, mas "em volumes pequenos".

 

Ainda que a demanda este ano "patine" em relação a 2010, como diz Alex Lopes, a expectativa é de preços firmes para o boi até setembro, quando começa a entrar um volume maior de animais confinados.

 

Para Lopes, a recomposição do rebanho nacional - iniciada em 2007 após forte abate de matrizes em anos anteriores - "está acontecendo aos poucos, de forma gradativa". Segundo ele, apesar de a recomposição ocorrer, esta "ainda não conseguiu atingir a demanda existente."

 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Preços do suíno ao produtor sobem 30% em uma semana

Depois de seguidas quedas, os preços de suínos registram forte recuperação, segundo o Cepea....

Veja mais
Argentina bloqueará compra de suínos produzidos no Brasil

Os produtores de carne suína da Argentina confirmaram que no dia 27 deste mês bloquearão as pontes a...

Veja mais
Mercado do boi gordo se mantém em alta

O período de entressafra da pecuária de corte já está trazendo resultados positivos para os ...

Veja mais
Frigoríficos querem mudar a imagem da carne feita no país

Programa criado pela Abiec prevê apresentar aos consumidores bons exemplos de produção Com o 'Pecu&a...

Veja mais
Exportação de carne bovina dos EUA deve bater recorde este ano

As exportações americanas de carne bovina devem chegar a valores recordes neste ano, puxadas pelo forte co...

Veja mais
Indústria deve passar nova fase de consolidação

Foi inaugurado ontem, em Pará de Minas (região Central), com a presença do governador Antonio Anast...

Veja mais
Frango acompanha demais carnes e tem alta de 3% no mercado paulista

Acompanhando o ritmo das carnes bovina e suína, o frango também inicia a semana em alta. O quilo da ave vi...

Veja mais
Menos imposto na carne salgada

A carne salgada e curada, denominada “jerked beef”, já pode ser comercializada em São Paulo co...

Veja mais
Preços do frango já mostram recuperação

Após enfrentar quase três meses de retração nos preços, o frango está recuperan...

Veja mais