Preços da carne suína registram recuperação

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Após registrar queda significativa em maio e junho, os preços do suíno em Minas Gerais retomaram o crescimento e encerraram julho com incremento médio de 36,3% e valor médio por quilo de R$ 2,79. A expectativa é de que os valores se mantenham pelo menos nos atuais patamares, com nova tendência de alta. Os dados foram apurados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

 

De acordo com os dados do Cepea, o impulso nos preços se deu pela oferta de animais para abate, que se restringiu após a grande quantidade vendida no período de significativa queda nos preços. Além disso, a demanda por parte dos abatedouros esteve mais aquecida, já que muitos precisavam repor seus estoques depois das boas vendas nos mercados interno e externo em junho. No entanto, como os produtores não tinham muitos animais para vender, alguns acabaram não aproveitando os reajustes.

 

Para o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, a retomada dos preços interrompeu o momento crítico que o segmento vivia, onde os preços pagos pelo animal estavam abaixo dos custos de produção. A queda significativa da cotação do suíno aconteceu em uma época de custos elevados, principalmente pelos preços do milho, o que promoveu a retirada de alguns produtores do mercado mineiro, devido aos prejuízos acumulados.

 

"Entre maio e os primeiros dias de julho, os suinocultores de Minas Gerais acumularam prejuízos significativos. Com a alta, estamos recuperando as perdas e esperamos em breve retomar a lucratividade proporcionada pela atividade. O impacto negativo no Estado foi significativo, já que vários produtores não conseguiram dar continuidade à atividade pelo acúmulo de prejuízos".

 

Mercado - Segundo as informações do Cepea, em todas as regiões produtoras pesquisadas foram observadas altas nos valores do suíno. No acumulado do mês, a valorização do suíno vivo chegou a 60% na região de Rondonópolis, no Mato Grosso, onde a média de preços passou de R$ 1,45 para R$ 2,32 por quilo.

 

Em São Paulo e Minas Gerais, as regiões onde o suíno vivo mais valorizaram foram São José do Rio Preto (46,3%) e no Sul de Minas (40,7%). Nesses estados, as médias de preços chegaram a ultrapassar os R$ 3,00 por quilo, o que não ocorria desde janeiro deste ano, quando os valores ainda refletiam a boa demanda pela carne em períodos de festas. No Sul de Minas o preço máximo pago pelo quilo de suíno foi de R$ 3,19, o mínimo de R$ 2,29 e a média do mês ficou em R$ 2,79.

 

Outra região do Estado que registrou alta expressiva foi a de Belo Horizonte. Em julho o suíno valorizou-se 39,1%, e o valor máximo no período alcançou R$ 3,22. No encerramento no mês o preço médio foi de R$ 2,81.

 

Também foram observadas valorizações nas regiões de Ponte Nova e de Patos de Minas, 30,3% e 37,9%, respectivamente. O preço máximo pago pelo quilo de suíno em Ponte Nova chegou a R$ 3,19, o médio de R$ 2,83 e o mínimo de R$ 2,38. Em Patos de Minas o valor médio foi de R$ 2,77, o mínimo chegou a R$ 2,31 e o máximo, a R$ 3,24.

 


Custos - O reajuste nos valores de venda do animal aumentou expressivamente o poder de compra dos suinocultores no mês passado. Em junho a relação de troca frente ao milho era a pior quando considerada a série de preços do Cepea a partir de janeiro de 2004.

 

Em Minas Gerais, de acordo com o Cepea, com a venda de um quilo do animal o produtor conseguia, no final de julho, comprar 6,91 quilos de milho, 31,7% a mais que no final de junho. Frente ao farelo de soja, o poder de compra do suinocultor aumentou 25%, possibilitando a compra de 4,64 quilos do derivado com a venda de um quilo do animal.

 

"Os custos de produção estavam muito elevados, principalmente no caso do milho, que responde por 70% dos custos de produção. Nossa expectativa é que, através das reivindicações do setor, o governo federal promova mais leilões a preços competitivos", disse Cardoso Pena.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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