Pelo segundo ano consecutivo, o mercado interno salva o setor de suinocultura. "A demanda está boa e o mercado reage bem", diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína).
Ao contrário do que ocorre no mercado interno, "o externo está sem novidades", diz Camargo Neto. As vendas externas tiveram forte baque quando a Rússia -principal mercado brasileiro- interrompeu as importações no início deste semestre.
Houve a retomada nas exportações, mas as vendas se mantiveram dentro das médias mensais.
Este é um período do ano de alta na demanda, devido às festas natalinas. Em janeiro e em fevereiro, no entanto, quando muitos consumidores estão na praia, a demanda cai, segundo o presidente da Abipecs.
A arroba de suíno chegou ontem a ser negociada a R$ 58 no mercado paulista. Na média, os produtores estão efetuando as vendas a R$ 55,50 no Estado, conforme pesquisa da Folha.
Apesar dessa alta, que atinge 5% nos últimos 30 dias, a arroba de carne suína não atinge os preços praticados no mesmo período do ano passado, quando as negociações estavam a R$ 68,60.
A reação dos preços ocorre porque as redes de comercialização paulistas intensificam as compras para a formação de estoques para as próximas semanas. Os grandes frigoríficos já haviam antecipado as compras em agosto e em setembro, segundo Camargo Neto.
O crescimento da demanda interna eleva o consumo médio per capita. Os números deste ano vão superar os 14 quilos do ano passado. O aumento se deve ao crescimento da renda dos consumidores e aos novos cortes que as indústrias colocaram no mercado.
Os consumidores encontram hoje uma variedade de cortes especiais nos supermercados e nos açougues, como costelinha, picanha etc., o que atraído a atenção deles, segundo Camargo Neto.
Veículo: Folha de S.Paulo