Cear no Natal comendo peru – um dos itens mais populares da cesta sazonal – ou outra ave natalina significará para os consumidores desembolsar mais grana daqui a menos de um mês em relação ao mesmo período do ano passado.
A equipe do Diário comparou preços em quatro grandes varejistas da região, que já estão com as gôndolas fartamente abastecidas com carnes sazonais, e descobriu que o chester apresentou a maior variação, custando 26,33% nos supermercados em comparação com 12 meses atrás. O preço nas gôndolas é de R$ 12,76, contra os R$ 10,10 cobrados naquele período. A Associação Paulista de Supermercados frisa que durante o ano os preços das aves natalinas se mantiveram estáveis. Fato que ajuda a explicar a elevação neste mês é o aumento da demanda dos consumidores.
O quilo médio do peru, por sua vez, atingiu R$ 12,50, considerando as marcas mais populares. Isso significa que o consumidor vai pagar 17,6% a mais do que os R$ 10,63 cobrados na região no mesmo período do ano passado. Contudo, o cliente tem de ter em vista que os pacotes específicos de perus são vendidos entre 3,8 kg a 4,2 kg.
O menor custo apurado em uma das marcas mais conhecidas foi de R$ 12,09. Dessa forma, o desembolso mínimo médio para comprá-lo será de R$ 45,94, considerando peças mais leves.
MAIOR ALTA - Em época de aumento na demanda, quando os preços acabam sendo puxados para cima até à véspera de Natal – quando, devido ao fato de serem itens sazonais, as varejistas costumam ofertar os produtos restantes para evitar estoques – o preço médio do quilo de pernil bateu o ranking de aumento de preços. Isso porque o custo do produto temperado é de R$ 14,84, nesses supermercados. Dependendo da peça de pernil, que é de 2,6 kg em média, o valor chega a R$ 38,60.
O montante representa aumento de 46,6% ao que era cobrado no mesmo período do ano passado, de R$ 10,12 o quilo.
Pesquisa feita pela Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André, realizada no mesmo período do ano passado, mostrava que o ritmo de aumento do custo do pernil era de 36% em relação ao Natal de 2009.
Levantamento da Apas mostra ainda que as castanhas e nozes tendem a subir 7% neste trimestre, seguidas das frutas secas, em 5%. Já os espumantes tiveram elevação de 11,32% entre janeiro e outubro. E no acumulado de 12 meses a alta no produto é de 9,17%.
Panetone ainda vai ficar 7% mais caro neste ano
Os panetones de marcas próprias das grandes varejistas custam cerca de R$ 10 o quilo, no sabor frutas. É o que mostra levantamento feito pela equipe do Diário. Contudo, os preços estão cerca de 4,07% mais altos no acumulado que vai de janeiro a outubro, conclui pesquisa da Associação Paulista de Supermercados. No comparativo anual, ficou em 4,69%.
A entidade projeta que o ritmo menor de encarecimento frente aos demais produtos sazonalisados vai resultar no incremento de 20% nas vendas na data frente 2010, nesses estabelecimentos de compra.
A diversidade de sabores, bem como as ações no ponto de venda, são os fatores que impactam positivamente na comercialização do item e devem ser os principais pontos de destaque para a alta sobre o ano anterior. De modo geral, o panetone tradicionalmente tem vendas expressivas no último trimestre. E neste ano não será diferente. Mesmo com aumento médio esperado entre 5% e 7% nos preços até o Natal, as vendas devem se manter aquecidas.
Ceias prontas ficam menores para caber no bolso do cliente
Para driblar as altas nos preços, pelo menos cinco pontos tradicionais de vendas de ceias prontas de Natal estão optando por diversificar os pratos e, assim, garantir os mesmos valores cobrados no ano passado. Nessa variedade, os tamanhos dos pratos tendem a diminuir.
Como os estabelecimentos costumam personalizar cada vez mais suas ceias, atendendo a diferentes pedidos dos clientes, os preços ficam flexíveis, dependendo da quantidade de pesos a ser servida. O valor parte de R$ 69,90 para quatro pessoas, a R$ 239. Nesse preço, a composição alimenta até oito pessoas.
Contudo, os preços podem ser muito maiores inclusive nas compras no varejo, caso se peça uma ceia para mais pessoas.
Mas há ainda quem venda os produtos separadamente. Caso da padaria Brasileira. O sócio-diretor Antonio Henrique Afonso Junior afirma que começou nesta semana preparação de 80 funcionários – sendo 30 de atendimento e 50 para produção – para atender aos pedidos natalinos, que são personalizáveis. “Temos inúmeras opções. Fizemos dessa forma para o cliente montar sua própria ceia, pois tem pessoas que não gostam de peixe, outras preferem massas ou saladas”, exemplifica.
Ele diz que abre hoje os pedidos de ceias. “Pretendemos vender cerca de 5% a mais que no ano passado. Nossa expectativa quanto aos bolos, por exemplo, é de comercializar as mesmas duas toneladas do ano passado”, afirma Junior. Ele acrescenta que o custo por pessoa, no caso dos bolos, pode girar entre R$ 2 a R$ 5 entre as opções acima de seis pessoas.
Já na Vitória Régia, a nutricionista Cintia Aparecida Lupe diz que os negócios devem expandir até 20% contra o mesmo período do ano passado. Para sustentar esse crescimento, ela elaborou opções diversificadas para atender aos consumidores. Entre elas estão bacalhau, massas, brócolis e outros, mas ela garante que há flexibilidade para compra.
“Desde setembro monto o cardápio porque sempre fazemos modificações entre um ano e outro. Em 2010, vendemos 150 ceias de Natal, e neste ano esperamos 180”, projeta Cintia. Os estabelecimentos recebem encomendas até o dia 23.
Veículo: Diario do Grande ABC - SP