Carne pressiona preço no varejo

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Supermercados, açougues e padarias foram os principais responsáveis pelo aumento dos preços no varejo durante outubro, de 0,10%. Nos dez meses do ano, o Índice de Preços no Varejo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo acumula variação de 2,82%.

Todos os produtos que integram a categoria açougue tiveram alta, com média de 1,37%. A liderança ficou com as aves (1,97%), seguido pela carne bovina (1,29%) e suína (0,89%). O IPC subiu menos que o Índice de Custo de Vida da Classe Média, também verificado pela Fecomercio. Este teve elevação de 0,35% em outubro e acumula avanço de 4,67% no ano.

A assessora econômica da associação Júlia Ximenes considera que as altas nos produtos in natura são explicados pelas alterações climáticas. "Pastagem seca, escassez de chuva e queimadas impactam a produção de carne bovina." O aumento da exportação da proteína, inclusive para a China, reduzirá o estoque do produto no País, elevando os preços. Dessa forma, a tendência é que as carnes aumentem mais neste fim de ano. Normalmente acontece elevação sazonal nos preços, devido à forte demanda das festas de Natal e Ano-Novo. Por serem substitutos dos cortes bovinos, peixes e aves também ficarão mais caros.

Nos supermercados, os valores de alguns alimentos registraram queda em outubro. Os legumes caíram 15,79%, verduras (4,63%), tubérculos (3,1%), biscoitos e salgados (0,48%) e ovos (0,37%). Por outro lado, houve pressão nos preços dos pescados (3,57%), óleos (1,43%), cafés e chás (1,68%).

As padarias completaram 24 meses de variações positivas consecutivas no IPV. Com alta média de 0,6% em outubro, a categoria acumula no ano inflação de 6,12%. Os principais aumentos atingiram itens como bebidas (2,03%), panificados (0,62%) e frios e laticínios (0,31%).


ELETROELETRÔNICOS

Televisores, aparelhos de som e DVDs são alguns dos itens da categoria eletroeletrônicos que acumulam deflação neste ano, nos dez primeiros meses apresentam 7,16% de queda nos preços. De acordo com a economista da Fecomercio, essa categoria vem registrando valores mais atraentes há quase dois anos. Em outubro, o recuo foi de 0,44%.

Entre os eletrodomésticos, o cenário é bem parecido e ficará mais acentuado com a redução no Imposto sobre Produtos Industrializados para os itens de linha branca como refrigerador, fogão e máquina de lavar roupas, afirma Júlia. No ano, a categoria teve redução de 2,72%, sendo que no 10º mês do ano foi de 0,02%.


NATAL

Depois de ter considerado o Dia das Crianças fraco, a economista diz que a Fecomercio está otimista com o desempenho para as vendas natalinas. "Haverá pequeno avanço em relação ao ano passado, pois indicadores importantes da economia como nível de emprego, massa salarial e confiança dos consumidores e dos empresários estão positivos."

 
MÍNIMO

O salário-mínimo em vigor, de R$ 545, deveria ser, pelo menos, quatro vezes maior, de R$ 2.349,26, para que os brasileiros pudessem suprir necessidades como alimentação, transporte, Educação, Saúde e moradia, aponta cálculo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

Com a alta nos preços dos alimentos em novembro, o valor do salário ideal subiu 0,8% frente a outubro. O número foi elaborado com base na cesta básica mais cara do País, que está em Porto Alegre, somando R$ 279,64.

Na Capital paulista, o valor da cesta chegou a R$ 276,31. O montante corresponde a 55,11% do rendimento mensal líquido do trabalhador da cidade, já deduzida a quantia recolhida à Previdência Social. Em outubro, o comprometimento era de 53,24%.


JORNADA

Segundo o Dieese, o paulistano que recebe o mínimo teve que cumprir jornada de 111 horas e 32 minutos para comprar os itens essenciais, duas horas a mais que o verificado um mês antes.


Veículo: Diário do Grande ABC


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