Tendência é que a demanda por carnes de porco continue aquecida ao longo deste mês.
A aproximação das festas de fim de ano impulsionou os preços dos suínos em Minas Gerais. A alta foi comemorada pelo setor, que vinha acumulando perdas devido ao alto custo de produção e a maior oferta do produto no mercado. A tendência é que a demanda continue aquecida ao longo deste mês, principalmente pelo preço mais competitivo das carnes frente à bovina.
De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Pena, somente em novembro foi registrada alta de 8,3% frente aos valores praticados em outubro. O quilo do animal vivo é negociado a R$ 3,25, frente aos R$ 3 vigentes anteriormente. O preço é considerado suficiente para a obtenção de lucro com a atividade. O custo médio estimado é de R$ 2,9 por quilo.
"Estamos confiantes com os resultados do mercado e acreditamos que a demanda pela carne suína será alta pelo menos até o início do próximo ano. Além das festas de fim de ano, o consumo será maior, uma vez que a carne custa em média 60% a menos que a bovina, o que estimula ainda mais a demanda", disse.
Outros fatores positivos em relação à manutenção da lucratividade com a suinocultura é a redução dos preços do milho e da soja, principais insumos da atividade. "A perspectiva de aumento da safra de grãos já está impactando nos preços do milho e soja e favorecendo a redução dos custos para os suinocultores. Esse fator é essencial para a manutenção da atividade, já que em grande parte de 2011 foi registrado prejuízo devido ao encarecimento dos custos e a redução dos preços finais do suíno", disse Cardoso Pena.
Ainda segundo o vice-presidente da Asemg, em 2012 a associação irá completar 40 anos, o que será comemorado com um seminário dedicado a maior capacitação dos suinocultores. "Queremos que a suinocultura de Minas Gerais seja sempre destaque e referência em produção e qualidade, por isso sempre estimulamos os produtores a investir em tecnologia e ampliação tanto em quantidade como na qualidade", disse Cardoso Pena.
Boletim - O mercado aquecido pela demanda de fim de ano também foi observado pelos pesquisadores do Cepea. De acordo com o Boletim do Suíno, a alta dos preços da carne suína ocorreu a partir da segunda quinzena de novembro. O aumento teve como suporte à demanda para a formação dos estoques para o final de ano.
Segundo os pesquisadores do Cepea, enquanto a carne suína se valorizava, a bovina teve forte queda e a de frango seguiu praticamente estável. No mês, as exportações do setor diminuíram, o que poderia ter dificultado a recuperação das cotações internas, porém a demanda foi sustentada pelo mercado interno.
Mesmo com a alta dos preços, no mercado de suíno vivo as médias estão abaixo das verificadas em novembro do ano passado. A média do Indicador do Suíno Vivo Cepea/Esalq de São Paulo em novembro deste ano chega a ser 20% inferior à média do mesmo período de 2010. Em Minas Gerais, o preço médio foi 18% inferior ao ano passado.
De acordo com Cardoso Pena, a diferença significativa dos preços se deve a 2010 ter sido um ano de forte comparação, já que o mercado e a demanda estavam aquecidos e a carne bovina com preços elevados.
Segundo o Boletim do Suíno, na região de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, foi verificada alta nos preços pagos pelo quilo do animal vivo de 9,5%. O preço médio ficou em R$ 2,85, o máximo em R$ 3,07 e o mínimo em R$ 2,74. Em Ponte Nova, na Zona da Mata, houve incremento de 7,4%. No Sul de Minas a alta em novembro foi de 8,5, o preço médio ficou em R$ 2,98, o mínimo em R$ 2,91 e máximo de R$ 3,08.
Veículo: Diário do Comércio - MG