Pastagem favorece pecuaristas

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As chuvas, que se intensificaram a partir de meados de dezembro, estão favorecendo a formação das pastagens em Minas. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), com a oferta de pasto farto e de alta qualidade, os pecuaristas do Estado terão maior poder de barganha para comercializar o rebanho ao longo do primeiro semestre, o que permite a formação de preços vantajosos para o boi gordo.

A tendência para 2012 é de manutenção do cenário observado em 2011. O primeiro semestre teve preços elevados, variando entre janeiro e maio, no Estado, de R$ 92 a R$ 94. De acordo com o coordenador estadual de Bovinocultura da Emater-MG, José Alberto de Ávila Pires, o resultado deverá ser repetido neste ano, uma vez que a maior oferta de pastagem aumenta o poder de negociação dos produtores.

Em meados do ano, no entanto, os efeitos da crise econômica externa e a desaceleração da economia brasileira começaram a pesar sobre os preços do setor. O maior descarte de animais de pasto entre junho e julho fez com que os preços no Estado recuassem, chegando a R$ 90 por arroba.

A partir de agosto, com a queda da oferta, foi registrada valorização, com pico de preços em novembro, quando a arroba foi avaliada em R$ 99. O pico de preço, R$ 117, registrado em novembro de 2010 não foi alcançado no ano passado e a estimativa é que o preço máximo fique em torno de R$ 100 em 2012. Mesmo com a cotação menor, os produtores continuarão a lucrar com a atividade, desde que o confinamento seja de alta eficiência.


Salário - "Nossa expectativa é de que os preços da arroba fiquem entre R$ 90 e R$ 95, de janeiro a maio. O valor é suficiente para gerar lucro aos pecuaristas, já que neste período ele não depende do milho para alimentar os animais. Um dos principais desafios para os primeiros cinco meses do ano é o aumento dos custos promovido pelo reajuste em 14% do salário mínimo. Além do encarecimento da mão de obra dentro das fazendas produtoras, o reajuste também interfere nos preços dos insumos em toda a cadeia", diz Pires.

Para a decisão de confinamento irão pesar novamente os preços do milho. De acordo com Pires, a tendência é de que os preços do grão fiquem entre R$ 24 e R$ 27 por saca de 60 quilos. Porém, os pecuaristas devem ficar atentos ao desenvolvimento da safra de grãos. Um dos possíveis problemas que poderão aumentar os preços do milho é a quebra de safra no Sul do país, provocada pela seca. Os efeitos podem ser amenizados com o aumento da produção em outras regiões, como no Sudeste e Centro-Oeste do país, onde as condições climáticas estão favoráveis.

Em 2012, devido à crise financeira dos Estados Unidos e Europa, as estimativas em relação a um aumento dos embarques de carnes bovinas são cautelosas. Apesar da redução dos volumes exportados, a receita gerada pelos embarques não tem apresentado grandes alterações, devido ao aumento dos preços em moeda nacional.

"A crise mundial reduziu a demanda externa por carne bovina. A situação deverá ser mantida nos próximos meses. Porém, o aumento da renda da população tem estimulado o consumo no mercado interno e contribuído para a manutenção dos preços lucrativos para o boi gordo", acrescenta Pires.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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