Demanda pelo produto teve redução significativa ao longo da 1ª quinzena de janeiro.
A demanda no mercado mineiro por carne suína teve redução significativa ao longo da primeira quinzena de janeiro, como tipicamente ocorre no período. O principal reflexo da queda do consumo foi na cotação do animal vivo, que recuou 11,76% no acumulado de janeiro quando comparada com os preços de dezembro. Segundo os dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), a retomada dos preços deverá ocorrer a partir de março.
Para o presidente da Asemg, João Bosco Martins de Abreu, a queda nos preços se deve principalmente ao aumento do volume de carnes ofertadas no mercado. "A retração de preços do suíno já era esperada em janeiro. O maior volume disponibilizado no mercado desde dezembro pressiona o mercado e favorece a queda dos valores, o que deve ser recuperado a partir de março", disse.
O quilo do animal vivo está cotado em torno de R$ 3 no Estado, enquanto o preço médio praticado ao longo de dezembro foi de R$ 3,4. Um dos principais desafios para a manutenção da lucratividade com a cultura é o controle dos custos de produção.
Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a queda de preços aliada à alta dos custos de produção está agravando a situação dos suinocultores. Isso pelos principais insumos utilizados na atividade, como o milho e o farelo de soja, estarem em alta enquanto os preços pagos estão em baixa.
Ao longo de dezembro, o mercado dos principais insumos da atividade suinícola (soja e milho) foi marcado pela falta de chuvas em importantes regiões produtoras, o que contribuiu para a valorização dos grãos, uma vez que a safra será menor que a anteriormente estimada.
Embarques - A situação desfavorável do setor vem sendo observada desde o ano passado. Segundo o Boletim do Suíno, elaborado pelos pesquisadores do Cepea, em 2011, o setor suinícola passou por momentos difíceis e de incertezas.
Em relação ao mercado externo, principalmente devido ao embargo da Rússia, as exportações não tiveram resultado tão positivos quanto os de 2010. Por outro lado, o mercado interno absorveu grande parte da produção.
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o consumo per capita de carne suína pelos brasileiros aumentou além da meta estabelecida, puxado pelos esforços da cadeia em promover a carne suína e também devido á redução dos preços da carne frente as demais.
Quanto às exportações de carne suína no país no acumulado de 2011, empresas do Brasil exportaram 435,90 mil toneladas da carne, 6% a menos que em 2010. Em Minas Gerais o recuo nos volumes embarcados foi de 25,53% chegando a 25,7mil toneladas. Em compensação, a cotação da tonelada encerrou o ano com alta de 8,17% e avaliada em US$ 2,5 mil.
As festas de fim de ano impulsionaram a demanda, o que manteve o preço do suíno vivo em alta ao longo de dezembro. Os reajustes que começaram em meados de novembro e se estenderam até o final de dezembro não foram suficientes para que os preços alcancem as médias de dezembro de 2010. Em Minas Gerais, o preço do suíno ao produtor estava 4% mais barato que o comercializado em igual período de 2010.
Para o Cepea, em 2012 as apostas seguem voltadas para o mercado interno. No cenário internacional, as incertezas giram em torno da crise financeira na Europa e nos Estados Unidos, da reabertura de mercados como o russo e o sul-africano e da abertura efetiva do chinês para a carne brasileira.
Veículo: Diário do Comércio - MG